Desde o início da pandemia de coronavírus, o transporte coletivo urbano tem sido um das áreas mais preocupantes. Em Santa Cruz do Sul, em especial, houve uma queda brusca na quantidade de passageiros, causando uma crise no setor e dificultando a relação entre o Consórcio TCS e a Prefeitura, que buscam constantemente equilibrar as contas, para que o transporte seja sustentável. Paralelo a isso, porém, os trabalhadores envolvidos no serviço, motoristas e cobradores, que fazem o setor funcionar efetivamente, também enfrentam problemas.
Na tarde desta segunda-feira, 8, três representantes da categoria, os motoristas Maiquel Züege e Marilandro Paz da Silva, e o cobrador, Gerson Luis da Silva, falaram no programa Rede Social da Rádio Gazeta 107,9 sobre uma mobilização marcada para esta terça-feira, 9, em frente ao Parque da Oktoberfest, das 9 horas às 11h30. Os motivos que levaram ao movimento, segundo eles, já vêm sendo debatidos há algum tempo entre os trabalhadores. “Será uma manifestação ordeira. A partir das 9 horas, vamos receber os colegas, levantar as pautas e tentar chegar a um denominador comum”, definiu Gerson.
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As resoluções serão encaminhadas ao sindicato e à empresa, para que se posicione. “Se não tivermos a resposta que queremos, entraremos em estado de greve”, afirmou. Contudo, nesta terça-feira, o transporte coletivo poderá ficar comprometido somente entre as 9 horas e as 11h30. “Vamos continuar informando cada decisão à comunidade, mas precisamos de um posicionamento firme em busca de nossas reivindicações, pois estamos sofrendo”, disse.
Ainda assim, os representantes reiteraram a missão de servir bem os usuários. “Queremos pedir que o usuário entenda que nossa situação está complicada”, comentou. Durante a pandemia, explicou Gerson, os salários dos funcionários passaram a serem pago em quatro parcelas. “É de sufocar o trabalhador”, reclamou. Assim, uma das pautas da manifestação será a reivindicação de pagamento em parcela única em dia correto. Outro ponto a ser levantado, segundo Marilandro, é o atraso dos dissídios há pelo menos dois anos. “É uma perda salarial muito grande. Se levar em conta a defasagem, o salário do cobrador deve estar pela metade”, comentou. O pedido é de que seja recuperado o índice da inflação.
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Deve estar na pauta da mobilização, também, a necessidade de reposição de cobradores. Em relação a essa última questão, Gerson explicou que há motoristas trabalhando sozinhos e cobradores cumprindo horários além dos regulares, para suprir as lacunas. “Estamos trabalhando no limite das capacidades psicológicas, sem contar os riscos do dia a dia – no trânsito de Santa Cruz, cuidar de valores, passageiros cadeirantes, se bate é descontado. A empresa não quer saber”, argumentou. A pandemia é a principal responsável por essa realidade, já que acarretou em suspensões de contratos, demissões e parcelamentos de salário.
Maiquel relatou que os representantes já tentaram contato com a empresa, mas a resposta foi que não há solução no momento, principalmente para o dissídio atrasado. “Tentamos uma conversa, mas não há perspectiva”, disse. Atualmente, há, em média, 60 profissionais no transporte coletivo, entre cobradores e motoristas.
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