Moto ficou destruída após o acidente | Foto: Divulgação
O depoimento de uma testemunha foi a peça-chave para que a 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) de Santa Cruz concluísse o inquérito que apurava a autoria e as circunstâncias do grave acidente que acabou na morte de Marcelo Luiz Gonçalo, de 42 anos. A colisão da motocicleta Dafra Apache da vítima contra um Chevrolet Vectra ocorreu em abril deste ano no quilômetro 112 da RSC-471, em Rio Pardinho, interior de Santa Cruz do Sul. O resultado foi o indiciamento do motorista do Vectra, um homem de 41 anos, natural de Sinimbu. Ele, que não teve a identidade divulgada, irá responder por homicídio no trânsito agravado pela omissão de socorro.
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Titular da 1ª DP, a delegada Ana Luisa Aita Pippi revelou com exclusividade ao Portal Gaz essa semana detalhes do inquérito, remetido ao Judiciário em agosto. O procedimento traz em suas páginas os desdobramentos do trabalho e conta com coleta de provas, análises periciais e depoimentos de testemunhas. Uma delas foi considerada essencial. Trata-se de um motorista que trafegava atrás da moto de Marcelo. Ele relatou que o condutor do Vectra estava em alta velocidade e invadiu a pista contrária, além de fugir do local sem prestar socorro. “Ao ser ouvida essa testemunha nos disse que chegou a parar o seu veículo com medo de que o Vectra também a atingisse. Porém, após colidir na vítima, o condutor envolvido voltou para a pista onde estava e não seguiu viagem”, conta.
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Ao longo do trabalho investigativo outras testemunhas que passavam pelo local foram ouvidas e corroboraram com esse depoimento inicial. Também, a análise pericial concluiu que o Vectra trafegava em uma velocidade acima da permitida na rodovia, que é de 60 quilômetros por hora. “O indiciado provocou o acidente. Eles seguiam em direções opostas e por algum motivo, o condutor do carro invadiu a pista contrária em uma velocidade média de 67 quilômetros por hora”, detalha.
A Polícia Civil conseguiu as primeiras provas a partir da apreensão do veículo envolvido no acidente. O carro foi localizado no dia seguinte à colisão, 2 de abril, na localidade de Corredor Goerck, em Rio Pardinho. O automóvel estava na garagem da casa onde morava o motorista. Parte do carro estava completamente destruída devido ao impacto. Dentre as evidências apuradas, estavam pedaços de metal azul da moto Dafra e marca da cor da motocicleta na lataria do carro.
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Uma das suspeitas iniciais da polícia não pode ser confirmada ao longo da investigação: a de que o motorista do Vectra estava embriagado. Um copo com odor etílico chegou a ser encontrado dentro do carro e foi encaminhado para análise. Porém, não foi possível confirmar que o motorista havia ingerido bebida alcoólica. Como fugiu do local do acidente, o homem também não passou pelo teste do etilômetro.
A colisão frontal aconteceu em um sábado, 1º de abril, por volta das 17h30, em um trecho de reta da RSC-471, logo após uma curva. Marcelo Luiz Gonçalo era natural de São Paulo e morador do Bairro Senai, em Santa Cruz do Sul. Ele chegou a ser socorrido e levado em estado grave ao Hospital Santa Cruz (HSC), mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois. Marcelo veio para Santa Cruz para atuar no setor de logística da Rota de Santa Maria, empresa responsável pela RSC-287. O corpo de Marcelo Luiz Gonçalo foi sepultado em uma cerimônia reservada a familiares, em São Paulo.
O motorista do carro se apresentou à polícia acompanhado de um advogado no dia 4 de abril. Em sua oportunidade de relatar as circunstâncias do acidente, ele reservou-se o direito de permanecer calado na delegacia, falando somente em juízo.
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