A Polícia Civil está perto de concluir as investigações sobre o acidente ocorrido na madrugada de 21 de fevereiro, que resultou na morte da santa-cruzense Eveline dos Santos Corrêa, de 28 anos. Ela faleceu na tarde de 5 de março, no Hospital Santa Cruz (HSC), após passar 12 dias na UTI. A jovem estava no banco de trás de um Chevrolet Cobalt, com placas de Santa Cruz do Sul, que era conduzido por um rapaz de 22 anos.
No banco do carona havia outra mulher, de 25 anos, namorada do motorista. O casal já prestou depoimento ao delegado Alessander Zucuni Garcia, titular da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP). Após o acidente, um termo de constatação de embriaguez foi lavrado pelos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo eles, o motorista recusou-se a fazer o teste do bafômetro, mas apresentava visíveis sinais de que havia ingerido bebida alcoólica.
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Na madrugada do fato, o documento foi entregue na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), onde uma ocorrência de lesão corporal culposa e embriaguez ao volante foi registrada. Já no depoimento ao delegado, porém, o motorista, que compareceu à 2ª DP acompanhado de seu advogado, negou a versão documentada pelos policiais rodoviários.
Ele alegou que os policiais o procuraram no hospital, após o acidente, para aplicar o bafômetro. Contudo, no mesmo momento, teria sido chamado para o raio X. “Ele disse que não se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas teria entrado para fazer um exame naquele mesmo momento”, relatou Alessander. A versão, no entanto, não convenceu o delegado. “É uma estratégia de defesa dele, mas há elementos indicativos da possível embriaguez, sendo até documentado nesse termo da PRF, inclusive com ele admitindo aos policiais que tinha consumido bebida alcoólica, algo que ficou transcrito nesse documento”, disse Garcia.
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Contradições
Esta não é a primeira contradição apontada pela polícia. De acordo com a Brigada Militar (BM), que esteve no local logo após o acidente, o condutor havia alegado que outro veículo, que transitava no sentido contrário, fez com que ele saísse da pista e capotasse na vala. Porém, imagens de câmeras de segurança obtidas pela Polícia Civil mostram o momento exato em que o motorista perde o controle, sem que outro carro estivesse envolvido.
“Fica bem claro, nas imagens que pegam de frente, que não há qualquer automóvel nas proximidades. Do nada ele atravessa a pista e acaba capotando o carro”, afirmou o delegado Alessander Zucuni Garcia. Já a namorada do condutor disse à polícia que somente ela e Eveline estavam consumindo bebida alcoólica e que no caminho, após um estouro, o carro saiu da pista e capotou. Como não houve morte no momento da colisão – pois a vítima faleceu 12 dias depois –, a perícia no Cobalt havia sido descartada.
Entretanto, a Polícia Civil decidiu realizar a análise no carro de forma posterior, após verificar que o automóvel ainda se encontrava retido. O trabalho, a ser realizado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), deve acontecer nos próximos dias e servirá para embasar o inquérito policial sobre o caso. Enquanto isso, testemunhas que presenciaram o acidente foram identificadas e irão prestar depoimento. Os nomes do motorista e de sua namorada não foram revelados pela polícia.
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Relembre o caso
O acidente aconteceu às 4h30 do dia 21 de fevereiro, no quilômetro 149 da BR-471, nas proximidades do depósito de uma empresa de tabaco, junto à rotatória do Distrito Industrial. O condutor, de 22 anos, e a namorada, de 25, que estava no banco do carona, tiveram lesões leves. Eveline (na foto), que era colega de trabalho do motorista em uma empresa de distribuição de alimentos de Santa Cruz, estava no banco de trás e sofreu graves ferimentos.
Enquanto o casal conseguiu sair sem dificuldades do Cobalt, Eveline precisou ser removida das ferragens, inconsciente. Ela deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Cruz (HSC) às 5h36 do dia 21, com politraumatismo. Sofreu uma infecção dos pulmões em razão das perfurações, fratura na clavícula, costela e bacia, além de um coágulo no cérebro.
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No atendimento, um dreno foi colocado em sua cabeça para desinchar o coágulo. Em publicação no Facebook, no dia 24 de fevereiro, a mãe da vítima, Suelene dos Santos Corrêa, revelou que Eveline havia apertado a mão da enfermeira e deixado cair uma lágrima. O seu quadro, no entanto, foi piorando e, depois de 12 dias na UTI, ela não resistiu e morreu às 16h46 do dia 5 de março, por traumatismo cranioencefálico.
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