Santa Cruz do Sul

Mostra de projetos destaca a busca pelo conhecimento em sala de aula

A Escola Willy Carlos Fröhlich, conhecida como Polivalente, sediou nessa terça-feira, 20, a 6ª Mostra Polo de Projetos Escolares. A atividade, promovida pela 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), contou com a apresentação de trabalhos de 80 alunos das turmas de Ensino Fundamental e Médio de nove escolas de Santa Cruz do Sul e uma de Sinimbu. O tema norteador foi Educar para a sustentabilidade e tecnologia para transformar. 

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As mostras polo são realizadas com o objetivo de selecionar criações que participarão da Mostra Regional de Projetos, que neste ano será sediada em Santa Cruz, no dia 12 de julho. No total, cem trabalhos devem participar da etapa. Em novembro, a Mostra Estadual de Projetos vai reunir as 30 unidades da CRE.  

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Além da comunidade escolar, participaram da etapa dessa terça os assessores pedagógicos da 6ª CRE, Mariluci Prestes, Graziela Maria Lazzari, Juliano Ferreira, Lilian Santos, Lisete Nascimento e Margarete Rodrigues, que formam a equipe de avaliadores. De acordo com Mariluci, as mostras são fundamentais porque os alunos ganham a oportunidade de compartilhar os aprendizados apresentados em aula. “E também poderão ter a troca de experiências, ver o que as outras escolas estão fazendo. Isso é muito bacana”, afirmou. 

Conforme a assessora pedagógica, a metodologia de projetos da Base Nacional Comum Curricular, utilizada pela 6ª CRE, possibilita que o foco dos trabalhos seja a pesquisa. “Isso faz com que o aluno consiga ser protagonista. Ou seja, construir o seu próprio conhecimento e de uma maneira que ele vai achar interessante para a escola.”

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Outro diferencial das mostras é a abrangência de diversos conhecimentos, para além da ciência. “Os projetos agora envolvem todas as áreas, porque fomentamos a interdisciplinaridade”, enfatizou Mariluci. O resultado dos selecionados será divulgado na próxima segunda-feira pela 6ª CRE.

Trabalho fez resgate sobre povos indígenas

O professor de Geografia Leonardo de Barros e os alunos Eduarda Schmitt e João Vitor Silveira, do terceiro ano do Ensino Médio, participaram da mostra representando a Escola Estadual de Ensino Médio José Mânica, localizada no Bairro Esmeralda. O grupo apresentou o projeto Vivenciando os povos originários do Brasil, em que os estudantes abordaram as diferenças regionais dos grupos indígenas no País. 

Quebrar os estereótipos que algumas pessoas têm sobre os indígenas é um dos pontos principais do trabalho, frisou Leonardo. “Os alunos puderam ver as diferenças e também podemos focar em características dos povos originários da Região Sul, como costumes, culinária e arte”, salientou.

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O projeto fez tanto sucesso que está se expandindo entre os alunos do terceiro ano. “Estamos programando visitas e viagens, tudo para acabar com o distanciamento da sociedade contemporânea com os povos indígenas”, garantiu. O professor vincula grande parte da motivação dos alunos com as atividades práticas realizadas dentro do projeto. “Porque foge da rotina da sala de aula. Nós realizamos atividades com argila e em uma horta produzida por eles.” Conforme Leonardo, dessa maneira a aula se torna mais convidativa para os estudantes. “É uma oportunidade de trabalhar geografia, história e a natureza do solo. O trabalho é um laboratório.”

Tecnologia em favor da acessibilidade

Com objetivo de melhorar a inclusão digital, o aluno Anderson Vieira, do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Municipal Santa Cruz, apresentou o seu projeto IncluiTech na Mostra Polo de Projetos Escolares. Ele foi acompanhado das professoras Betânia de Araújo e Alinelly Lehmen. O estudante tem deficiência visual e criou sozinho uma loja de aplicativos mais acessível para smartphones que oferece uma ampla variedade de programas gratuitos no sistema Android. 

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Apesar das limitações, Anderson contou que usou todas as ferramentas disponíveis para conseguir atingir a sua criação, como vídeos explicativos de pessoas dos Estados Unidos, Índia e Espanha. Apesar de não possuir um computador, o objetivo foi alcançado com sucesso. “Eu utilizava as legendas para conseguir entender o que estava sendo explicado. Seguia passo a passo e fui montando tudo pelo celular.”

A ideia surgiu da necessidade de facilitar o download de aplicativos em celulares de pessoas com deficiência visual. “Eu escolhi alguns colegas deficientes visuais para fazer testes e eles aprovaram. Falaram que vai facilitar bastante”, disse Anderson. A meta agora é garantir uma vaga na Mostra Estadual. “Não quero me vitimizar, por ser deficiente visual, mas tenho várias barreiras e nunca desisti. Quero lutar cada vez mais pela acessibilidade”, ressaltou.

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