Apicultores de toda região estão assustados com a morte de abelhas e a baixa na produção de mel. Cerca de 50% da produção deve ser afetada. O excesso de chuva e de defensivos agrícolas utilizados na preparação de lavouras de soja estão massacrando os insetos. Muitas não conseguem retornar para o enxame, que acaba enfraquecendo e procurando outro local. A chuva derrubou muitas flores, impedindo a alimentação das abelhas e, consequentemente a polinização. É através deste processo que as flores são fecundadas, começando o desenvolvimento de frutas e sementes.
De acordo com o presidente da Associação dos Apicultores de Sobradinho Valentin Redin o baque deve ser grande. “Em um ponto eu tinha mais de 100 caixas, hoje não sei se tenho 50”, lamenta. Em 2014, Redin extraiu em torno de 2 mil quilos, já neste ano ele estima que apenas 500 quilos possam ser retirados. “Neste ano o mel é só para remédio, as pessoas me pedem o produto na rua e eu fico quieto, porque não tenho e nem sei se vou ter”, declara.
Consequentemente, o bolso do consumidor sente o problema. No ano passado o preço médio por quilo era de R$ 6,00, já neste ano estão comercializando o produto a R$ 14,00 o quilo, ou seja, um acréscimo de mais de 100%. Para o secretário de Agricultura Natalino Wiedenhoft alguns apicultores podem desistir da atividade, tendo em vista que não há bons enxames para produzir o mel, porém acredita numa retomada mais tardia.
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A Casa do Mel, localizada em Granja do Silêncio, possui uma máquina empacotadora que faz sachês de mel. Wiedenhoft disse que a secretaria vai continuar apoiando os apicultores e divulgando seu trabalho. “Vamos apoiar, incluindo o produto na merenda escolar, em forma de sachê”, declara. O secretário acredita que haverá maior consumo por isso, destacando que há um potencial muito grande em Sobradinho, tendo em vista a qualidade do produto e a batalha dos apicultores em conservar os enxames.
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