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Morre um dos mais antigos sambistas de Santa Cruz

Santa Cruz do Sul perdeu na madrugada desta quinta-feira, 19, um dos mais antigos sambistas do município. Arcemiro Manoel dos Santos, de 76 anos, mais conhecido como Alcemiro, estava internado no Hospital Ana Nery desde a segunda-feira, 16. De acordo com a Funerária Caminho da Paz, o velório dele ocorre desde as 11 horas na capela do Centro e o sepultamento está marcado para esta sexta-feira, às 9 horas, no Cemitério Católico. Segundo o irmão mais novo, Jorge Alci dos Santos, o Jorjão, Alcemiro sofria de Alzheimer e teria passado mal no domingo, quando foi encaminhado para atendimento médico no Hospital Santa Cruz. No dia seguinte, foi transferido ao Ana Nery.

Embora também tivesse trabalhado no setor fumageiro, foi no cenário musical que Alcemiro se destacou em Santa Cruz. Jorjão conta que o irmão foi o primeiro guitarrista do município, na época em que tocava na banda União Musical, animando bailes por toda a região. “A banda fez sucesso em todo o Estado”, lembra Jorjão. Cantor e compositor, Alcemiro é um dos autores de “Tristeza, Solidão, Saudade”, música que ficou famosa em festivais nos anos 80. Também tocava na Banda Bossa 3 e no Conjunto Pigalli. “Ele era um músico eclético, cantava de tudo nas bandas. O grupo Chão de Estrelas foi o único que só tocava samba de raiz”, recorda o irmão.

Além das bandas, Alcemiro também se envolveu, mesmo que por pouco tempo, com o carnaval local. Criou a escola de samba Unidos do Morro, mas em razão das viagens com as bandas teve que se afastar das atividades carnavalescas. No entanto, não deixou de passar para os filhos e parentes próximos o amor pela música e pela festividade. “Ele tentava passar o que sabia para todo mundo, mas o talento com a música era só dele”, comenta Jorjão, que já foi presidente da Unidos de Santa Cruz.

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Natural de Vera Cruz, Alcemiro se mudou para Santa Cruz ainda criança e morava no Bairro Senai. Na família, era admirado por querer manter todos reunidos, pelo espírito brincalhão e pelo dom de cozinhar. “Era como um pai para mim. Quando era criança, minha mãe me entregou para ele e pediu que me cuidasse. Era uma pessoa espetacular, não tinha maldade e para ele estava tudo sempre bem. É um vazio imenso que deixa”, diz o caçula. Alcemiro deixa enlutados a esposa Maria Helena Silva dos Santos e os filhos Paulo César dos Santos e família, Dóris Raquel Duarte e família, Everson Luís dos Santos e filho, e Deise Beatriz dos Santos, além de netos, bisnetos e um irmão.

Foto: Banco de Imagens/Gazeta do Sul

 

 

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