Morreu na noite desse domingo, 20, o padre Erno Birck, aos 91 anos. O falecimento aconteceu no Hospital Santa Cruz, onde estava internado. Conforme o padre Roque Hammes, assessor de imprensa da Diocese de Santa Cruz do Sul, o velório do padre Erno inicia às 9 horas desta segunda-feira, 21, na Funerária Halmenschlager. Às 15 horas, Dom Aloísio Alberto Dilli presidirá missa de corpo presente e, posteriormente, o sepultamento será realizado no Cemitério dos Padres em Linha Santa Cruz.
Natural de Estrela, o pároco dedicou 65 anos da sua vida à Igreja. Filho de Jacob Birck e Maria Paulina Hermann, padre Erno nasceu no dia 4 de julho de 1930 em Linha Delfina. Foi batizado no dia 7 de julho de 1930 e crismado no dia 29 de novembro de 1932. Segundo a Diocese de Santa Cruz, ele fez os estudos primários na Escola Paroquial de Estrela e os estudos secundários no Seminário de Gravataí. Cursou filosofia no Seminário de São Leopoldo e teologia no Seminário de Viamão.
No dia 8 de junho de 1957, no Seminário de Viamão, foi ordenado diácono e no dia 25 de agosto do mesmo ano, também no Seminário de Viamão, foi ordenado presbítero por Dom Vicente Scherer. Como lema motivador para viver o sacerdócio, adotou uma frase do Papa Pio XII: “Que os teus sacerdotes sejam verdadeiros anjos para o teu povo”.
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Começou seu ministério presbiteral como Vigário Cooperador de Arroio do Meio em 1958. Na sequência foi Vigário Cooperador de Rio Pardo e, ao ser criada a Diocese de Santa Cruz do Sul, foi nomeado Vigário Cooperador da Catedral São João Batista. Em 1961 foi transferido para o Seminário Sagrado Coração de Jesus de Arroio do Meio onde atuou como professor e, posteriormente, como reitor. Em 1965 foi nomeado pároco de Sinimbu; em 1967 pároco de Venâncio Aires e em 1969, novamente, pároco de Sinimbu.
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Em 1978 foi para Roma, onde fez especialização em Direito Canônico. Em 1980 foi nomeado capelão do Hospital dos Passos de Rio Pardo e em 1981 capelão do Hospital Santa Cruz. Durante um ano, em 1987 foi o presbítero Responsável pela Comunidade do Espírito Santo. Em 1988 foi pároco Administrador da Paróquia de Vera Cruz. Em 1989 assumiu como vigário paroquial da Catedral São João Batista e Vigário Judicial do Tribunal Eclesiástico da Diocese. Permaneceu no Tribunal Eclesiástico até 2007, quando solicitou aposentadoria.
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Além disso, padre Erno foi, durante muitos anos, capelão do Santuário de Schoenstatt (1988 a 2018) e Diretor Espiritual do Cursilho de Cristandade. Em vários períodos, integrou o Conselho de Presbíteros da Diocese, participou do Colégio de Consultores e foi chanceler durante 10 anos.
Pe. Erno acompanhou a criação da Diocese de Santa Cruz do Sul, sendo o último remanescente daquela época. Em depoimento à Revista Integração em novembro de 2019, afirmou: “Quando foi criada a Diocese, em 1959, eu era o padre mais novo. Vivi todo o processo de mudança na Igreja, com a realização do Concílio Vaticano II, convocado pelo Papa João XXIII. O latim deu lugar à linguagem popular. Antes era o padre rezando em latim e o povo com seu terço ou novenas. Era o padre mandando e o povo obedecendo. Hoje tudo é diferente”.
Entre os colegas, padre Erno era conhecido como o homem da disciplina, conforme a Diocese. Cuidava da saúde e era rigoroso cumpridor das leis canônicas e dos horários. Encantava o povo com sua afinada voz para o canto, principalmente quando a usava para proclamar o Evangelho ou dar vasão a algum canto gregoriano. Adorava jogar canastra com os colegas e, enquanto a saúde lhe permitiu, não perdia encontros de convivência entre os padres. Serviu à Igreja, como padre, durante 65 anos.
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