Confirmada nessa sexta-feira, 11, após semanas de especulações, a filiação da família Moraes ao PL deve movimentar as peças do xadrez político em Santa Cruz do Sul. Isso porque o PL é o partido do vice-prefeito Elstor Desbessell e, portanto, a segunda principal legenda da coligação que sustenta o governo Helena Hermany, ao qual o grupo que atualmente está no PTB faz oposição.

A confirmação saiu após o presidente estadual do PL, Giovani Cherini, anunciar um ato no próximo dia 22, em Porto Alegre, quando diversos deputados vão assinar ficha na legenda. Entre os nomes citados estavam os da deputada estadual Kelly Moraes e do deputado federal Marcelo Moraes.

A possibilidade de os Moraes acabarem no PL, revelada pela Gazeta do Sul há três semanas, acendeu um alerta no PP de Helena, adversário histórico do PTB no município. Antes mesmo da confirmação, o presidente Henrique Hermany já havia convidado Elstor para migrar para o ninho progressista.

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Nessa sexta-feira, Henrique confirmou a disposição em receber o vice. “Estamos de portas abertas”, falou. Ele também descartou a possibilidade de aproximação com os Moraes, apesar do ingresso deles em uma sigla governista. “Não somos inimigos, mas o povo colocou eles na oposição.” Na prática, o entendimento no grupo de Helena é de que, com a entrada dos adversários, é inviável a permanência do PL na coligação. Uma eventual permanência de Elstor representaria um rompimento do vice com o governo.

Procurado, o ex-deputado Sérgio Moraes também afirmou que não há qualquer intenção de buscar uma aliança com os progressistas e alegou que o acerto para o ingresso no PL se deu em âmbito nacional, com anuência do presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, e inclusive do presidente Jair Bolsonaro, com quem ele e Marcelo Moraes estiveram na quarta-feira, em Brasília. “Não participamos do governo que está aí”, disse Sérgio.

Sobre a situação de Elstor, a quem se referiu como “amigo”, Sérgio afirmou que caberá a ele tomar uma decisão, mas que a ideia é convidá-lo para permanecer. “A liberdade é dele. Ele pode ficar, mas nós não somos governo”, alegou. Nessa sexta, Marcelo conversou com Elstor por telefone. Marcelo e outros líderes petebistas também estiveram com Helena. A pauta principal, no entanto, foram recursos de emendas de autoria de Marcelo.

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Elstor admite sair, mas adia a decisão

Procurado na tarde de sexta-feira, o vice-prefeito Elstor Desbessell admitiu a possibilidade de deixar o PL em função da chegada da família Moraes, mas disse que só tomará a decisão quando as fichas de filiação estiverem assinadas. Elstor, que foi filiado durante mais de uma década no PTB antes de chegar à atual legenda em 2020, alegou que seu desejo não era trocar de partido, inclusive em função do crescimento do PL e de sua afinidade com o presidente estadual, Giovani Cherini. Ele reconheceu, porém, que isso pode se tornar inevitável. “Meu desejo não é sair, porém não temos como ter dois PLs. Não posso estar em um partido que não defende o meu governo. Mas não vou tomar nenhuma decisão precipitada”, falou.

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