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SANTA CRUZ DO SUL

Moraes defende choque emergencial na Saúde e quer estacionamento subterrâneo no Centro

Sérgio Moraes concedeu entrevista à Gazeta

A Rádio Gazeta 107,9 FM iniciou, nessa segunda-feira, 19, a primeira série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Santa Cruz do Sul. Durante 40 minutos, o jornalista Ronaldo Falkenback falou com Sérgio Moraes (PL) no programa Estúdio Interativo. A ordem de participação foi definida por sorteio realizado na presença de representantes dos partidos políticos, na sede da Gazeta Grupo de Comunicações.

Mesmo já sendo conhecido do público, com seus dois mandatos como prefeito, outros dois como deputado estadual e três legislaturas como deputado federal, Moraes teve espaço para apresentação. Pai de seis filhos e avô de sete netos, diz-se ansioso para ser bisavô. Reforçou ser uma pessoa sincera. “Falo o que é verdade, mesmo que seja contra mim. Ser público não pode enganar a população ou seus amigos. Sou disponível para qualquer assunto, sem papel. Falo o que é verdade e está resolvido”, resumiu. Acrescentou a proximidade com a ex-esposa, Kelly Moraes (deputada estadual pelo PL), a quem qualifica como melhor amiga.

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Em relação ao conteúdo do plano de governo elaborado pela coligação Santa Cruz nas mãos do povo, de novo, Moraes frisou que a meta é dar mais qualidade aos serviços de saúde. Disse que é necessário um choque emergencial no setor, repetindo, recorda, o que havia falado há 28 anos, quando disputou eleição semelhante. “Recebi da mesma família, naquela época. Recebi do prefeito Edmar Hermany e a saúde estava em calamidade; agora, se vencer, receberei da prefeita Helena Hermany e a saúde está de péssima qualidade. Será o primeiro ato, um choque emergencial para arrumar, outra vez, a saúde de Santa Cruz”, afirmou.

O candidato também tratou sobre outras propostas, que estão no plano de governo, como um estacionamento subterrâneo na Praça Getúlio Vargas, o destino do autódromo e a transparência no serviço público. Não deixou de falar a respeito da Operação Controle, desencadeada pelo Ministério Público para apurar possíveis irregularidades e contratações feitas pelo Município.

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Principais tópicos

  • ELEIÇÃO 2024
    • “Tem um gosto diferente, porque tinha definido ficar fora do mundo político. Estava prestando assessoria, trabalhei no Nordeste, e como candidato na política local não queria mais. Quando aconteceram os fatos que a comunidade sabe, com o atual governo, olhei para os lados e vi que era o último com experiência para tocar o governo. Na minha época éramos o sexto, sétimo em economia no Rio Grande do Sul. Hoje, somos 13o. Fui premiado como o melhor prefeito do Estado e o segundo do País, com análise de saúde, educação, e me premiaram em Brasília, fui diplomado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Fui deputado estadual dois mandatos, dois de prefeito e três de deputado federal. Ninguém tem essa bagagem. Não poderia ficar de braços cruzados.”
  • O VICE
    • “Começamos logo depois da eleição passada; se tivesse acontecido essa união, teríamos vencido a eleição. Perdi eleição para oTelmo, sozinho, e fiz 32 mil votos. A família Moraes tem nas urnas em torno de 30 mil votos. Prova disso é a votação do Marcelo para deputado federal, que fez 27 mil votos. Somados aos do Alex, vamos a 35, 38 mil votos na pior das hipóteses. A atual prefeita, em seu grande momento, porque tinha sido expulsa do Palacinho, fez 24 mil votos. Acredito que essa aproximação, não mais a divisão, pode dar resultado. E fui duas vezes prefeito com o MDB de vice e a presença do PDT. O Alex tem uma visão muito mais jovem do que a minha, está mais preparado para lidar com questões como trânsito, modernizar a administração.”
  • PATRIMÔNIO (No registro da candidatura na Justiça Eleitoral, Moraes tem R$ 16,5 mil declarados)
    • “Quando separei da Kelly, sentamos e optamos em repassar os bens para os filhos, e isso foi feito. Ouvi críticas nas ruas, mas quer dizer que falar a verdade é motivo de debate. O povo não tem que se preocupar com quanto vou entrar na Prefeitura, mas com quanto vou sair. Nunca tive outras rendas que não o meu salário como deputado ou prefeito. Com isso, consegui acumular algumas coisas. Pessoal pensa que tenho superpatrimônio, mas não é assim. Sempre vivi pagando faculdade, com minha família vivendo de maneira coerente. Fiquei quatro anos sem ter uma camionete para usar, porque não tinha dinheiro para comprar. Esse patrimônio que tenho são duas chácaras no Cerro Alegre Baixo, mas faz 35 anos que comprei, nunca muda o valor, porque nunca houve venda. Se eu vender, terei que pagar 27% sobre o lucro que tiver. Como um candidato é criticado por ter pouco patrimônio? Quer dizer que quem tem muito está certo? Você pode pegar 15 terrenos baratos, vender durante a campanha, e comprar 15 caros e dizer que continua com os mesmos 15 terrenos. Só falei a verdade e nem tinha como mentir, porque está no Imposto de Renda. Vivo bem, porque tenho aposentadoria de R$ 5 mil e meus filhos me ajudam. Se isso incomodou algumas pessoas, o que vou fazer, tenho que me conformar, que falar a verdade gera, outra vez, perda de votos.”
  • OPERAÇÃO CONTROLE
    • “Ela trouxe para Santa Cruz um marco que envergonhou toda a comunidade. É falada não só no Rio Grande do Sul. Estava trabalhando na Paraíba, naquele momento, e saiu uma notícia do desvio de R$ 47 milhões na minha cidade. Por mais que o governo tente dizer que não aconteceu, não existe dizer que não aconteceu. Não foram os políticos que criaram esse fato. Esse fato foi denunciado e afastados, por meio da Justiça, os secretários e o vereador líder de governo na Câmara. A operação está andando e isso vai levar uns dez anos até o fim, mas tem fatos que chamam a atenção. O vereador Henrique [Hermany], filho da prefeita, ficou seis meses afastado por determinação da Justiça. Quando tentou voltar, o juiz negou e falou o seguinte, mais ou menos com essas palavras: mantenha-se afastado porque Santa Cruz tem muito dinheiro e ele não pode ficar por perto desse dinheiro. Se um juiz disse isso, é porque está com as provas na mão. Sabe o que está falando. Vi um panfleto que a administração se angustiou em distribuir pelas ruas. Ali fala que foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado, mas ele não está julgando esse fato. Está julgando outros fatos. Com certeza vai vir à tona nesse ano o processo do desvio. Fala que não teve nada no autódromo, mas os engenheiros calcularam a obra em R$ 1,8 milhão. O governo já colocou licitação em R$ 2,8 milhões – não satisfeitos, ainda colocaram mais R$ 300 mil em cima. Aumentaram a obra em R$ 1,3 milhão e vem a surpresa. A obra foi feita com lama asfáltica, que é um subproduto muito comum e barato. Qual empresa fez essas obras com fraudes, a empresa em que o filho da prefeita era advogado. Se a prefeita não estava sabendo é pior ainda. O viaduto do Arroio Grande é excelente. A prefeita tem que ser aplaudida de pé por essa obra. Eu gravei um vídeo e disse: tome as rédeas, prefeita, cuidado com os puxadinhos de prefeito. ”
  • AUTÓDROMO
    • “Existe muito dinheiro no Ministério do Turismo, que não pode ser usado na saúde, assim fizemos o autódromo. Agora, vamos conseguir esse recurso e fazer um kartódromo. Sobre o autódromo, vamos pedir a liberação para refazer e trazer grandes competições. Éramos falados no Brasil inteiro, com hotéis lotados, restaurantes. Sou simpático à concessão. Fiquei muito satisfeito quando o candidato João Pedro (PT), que é contra as privatizações, cogitou privatizar o autódromo.”
  • PA VIRTUAL
    • “Hoje o povo vai no PA, é atendido, tem solicitação de médico especialista, fica 30, 40 dias na fila, o médico solicita exame, fica mais uns seis meses para ganhar o exame. Queremos ver a possibilidade da consulta virtual. Isso é um fato, mas queremos implantar uma central de atendimento. Imagine um grande local onde tenha vários médicos e tipos de exames, farmácia, laboratório, tudo isso em um só local.”
  • SUBTERRÂNEO
    • “A Praça Getúlio Vargas precisa ser melhorada. Na frente do Banco do Brasil é algo que não é do tamanho de Santa Cruz. Vi isso em outros lugares: você escava uns quatro, cinco andares, edifica e quem construir esse prédio terá o direito de explorar por 20 anos e embelezar a parte de cima.”

Outro lado

Após a entrevista em que teve o nome citado, o vereador afastado Henrique Hermany (PP) emitiu uma nota. “A Operação Controle, essa verdadeira fantasia e exploração política de quem sempre foi contra obras, não se sustenta. Infelizmente me foi tirado o direito de falar e explicar o fato na tribuna da Câmara de Vereadores. Mas vou provar tudo isso na Justiça.” Ele mencionou as suspeitas de desvios. “ A dita operação, mesmo quebrando o meu sigilo bancário e o de todos os denunciados, não conseguiu provar nada, por uma razão muito simples: Não há desvio. O dinheiro de que tanto se fala está lá, na conta da Prefeitura, na Caixa Econômica Federal”, finalizou.

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