Moradores da Rua João Waldemar da Fontoura, no Bairro Renascença, em Santa Cruz do Sul, estão mobilizados para tentar evitar o desmatamento de uma área verde no trecho final da via. Além da supressão da vegetação, outra preocupação do grupo diz respeito a possíveis deslizamentos, visto que os terrenos estão localizados na área mais íngreme do morro. Os dois espaços foram cedidos em setembro deste ano pela Prefeitura, com autorização da Câmara de Vereadores, a uma associação que pretende construir um templo religioso.
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Janclei Frömming mora na casa mais próxima aos terrenos, cujas medições e demarcações já estão ocorrendo. Ele diz que, em uma rua próxima dali, a Prefeitura também possui uma área com metragem semelhante e que já está limpa. Portanto, poderia ser cedida para os mesmos fins sem suprimir nenhum vegetal. Trata-se de um espaço sem uso que a vizinhança aproveitou para plantar flores e árvores. “Me parece mais coerente manter essa área que está preservada e doar aquela que já foi desmatada e está limpa.”
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Também morador daquela rua, Neri Saldanha Filho demonstra preocupação com possíveis deslizamentos de terra. Isso porque os terrenos em questão são os últimos antes do início do Cinturão Verde, na parte mais alta do morro. Assim, o temor é que a supressão dessa vegetação deixe o solo mais suscetível a esse tipo de problema.
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Marinho de Jesus Pereira é um dos mais antigos residentes daquela região da cidade e aponta ainda outro empecilho. Segundo ele, há um lençol de água no local e, antigamente, havia inclusive um poço artesiano, que acabou sendo fechado.
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Os três moradores deixam claro que a mobilização não tem nenhuma motivação religiosa e que não são contra a instalação do templo. O único objetivo é conservar a fauna e a flora daquele local e evitar o corte desnecessário de dezenas de plantas. Questionam ainda se aqueles terrenos não compõem o Cinturão Verde e se não seriam área de preservação ambiental.
O que diz a Prefeitura
A Prefeitura de Santa Cruz do Sul informou que a cessão de uso dos terrenos está dentro da legislação municipal e passou por aprovação na Câmara de Vereadores. Além disso, a área está fora da delimitação do Cinturão Verde. Informou ainda que uma eventual construção terá de obedecer à legislação como qualquer outra, passando por todas as etapas para obtenção das licenças de obra, construção e habite-se.
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