Desde o final do ano passado, o Loteamento Mãe de Deus, situado no Bairro Santuário, em Santa Cruz do Sul, vem sofrendo com uma infestação de carrapatos. De acordo com Andriely Muller, que reside no local, moradores já aplicaram veneno, mas o problema continua. “São muitos bichos e muitos cachorros atirados nas ruas. É impossível ver um cachorro que não tenha carrapato. E não é um ou dois, são vários.”
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Andriely tem um cão, mas no momento não está deixando ele ir até o pátio para que não corra o risco de ser alvo dos insetos. “Se ele caminhar no quintal, vai voltar com carrapato. Então ele fica só dentro de casa.” Ela conta ainda que a quantidade de parasitas é tão grande que algumas casas, mesmo sem cães ou gatos, estão infestadas. “É uma questão de saúde pública”, complementa.
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A vereadora Bruna Molz (Republicanos), defensora da causa animal, está a par da situação. No dia 30 de dezembro de 2022, ela esteve em reunião na Secretaria de Desenvolvimento Social e Esporte de Santa Cruz para discutir o assunto.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) de Santa Cruz disse que, embora o combate a parasitas seja uma responsabilidade dos tutores de animais, por tratar-se de uma região de vulnerabilidade social, o Poder Público está tomando as providências cabíveis por meio de uma ação conjunta. “Uma análise técnica da Vigilância Sanitária já revelou que a espécie encontrada no município não apresenta risco à saúde humana, portanto, nesse sentido, a população pode ficar tranquila”, informou a Prefeitura.
Além disso, de acordo com o Município, como a questão é de bem-estar animal, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade está providenciando o processo de compra dos medicamentos. “A aplicação nos animais será feita por meio de mutirão com suporte dos profissionais veterinários e a pulverização nos locais de infestação ficará a cargo da Vigilância, tendo em vista a importância e a necessidade da ação.”
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A Prefeitura também informou que a Secretaria de Desenvolvimento Social e Esporte desenvolverá uma campanha para orientação dos moradores nos bairros mais carentes.
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Plano de controle deve ser constante
O professor Andreas Köhler, do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), explica que o calor favorece o aparecimento de insetos, como os aracnídeos, que gostam de temperaturas altas. Porém, o combate é bastante difícil, sendo possível apenas com o uso de produtos químicos e, mesmo assim, não chega a resolver como as pessoas gostariam.
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Köhler diz que é necessário manejo para controlar a reprodução do inseto. “Precisa de um levantamento dos locais de proliferação, tratamento de animais domésticos e silvestres. É um plano constante de no mínimo um ano, com aplicações de carrapaticida. Assim se resolve”, afirma.
Ele frisa que não basta aplicar o produto apenas uma vez. “Carrapatos são resistentes e além disso podem transmitir doenças.” Algumas enfermidades causadas pelo carrapato são a babesiose, a febre maculosa e a doença de Lyme. Em animais domésticos, conforme Köhler, a babesiose, por exemplo, é mais crítica, podendo levar à morte.
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