Os moradores da Travessa Bauermann, em Rio Pardinho, convivem com um problema que se prolonga há quatro meses. A ponte sobre o rio, a 1,5 quilômetro do asfalto, rompeu-se em outubro e até agora não foi refeita. O desvio é feito por Linha Sete de Setembro, o que aumenta o trajeto em quase dez quilômetros. A travessia a pé é feita em uma ponte pênsil. As crianças utilizarão a estrutura para pegar a condução que as levará até a escola.
O fumicultor Marcos Henckes, 59 anos, precisa levar a esposa para consultas ao menos duas vezes por semana. Eleonora Henckes, de 60, sofreu um AVC e tem dificuldade para se locomover. A ponte encurtaria as frequentes viagens à cidade. “Em 2014, aconteceu a mesma coisa com a ponte. Foi arrumada em fevereiro de 2015. Durou até outubro de 2016, quando a chuva destruiu o concreto”, relata. “Imagina se um dia a gente precisar de uma ambulância. Não quero nem pensar.”
O diretor da Escola Christiano J. Smidt, Irineu Müller, também reclama da demora. “O prefeito esteve aqui, inclusive falou que seria um presente de Natal. Até agora, nada. Pelo jeito, será presente de Páscoa. A gente até chega irritado na escola, indignado com a situação. Os alunos que moram do outro lado do rio também são prejudicados”, diz. “Inclusive, estamos sem subprefeito. É o único lugar que ainda não foi designado.”
Publicidade
O morador Ademir Gressler, fumicultor de 31 anos, acrescenta que a estrada de acesso a algumas propriedades está intransitável. “Queremos ao menos uma carga de brita para melhorar o caminho. Quando chove bastante, surgem pontos de atoleiro. O mato tomou conta. Faz tempo que não vemos patrola por aqui. É difícil para escoar a produção”, lamenta.
O funcionário da Corsan, Cássio Daniel Jantsch, de 32 anos, reside na localidade há um ano. É outro que está revoltado. “Temos que fazer uma volta enorme. A estrada está em péssimas condições, deteriorando os veículos. Não fizeram nem uma passagem provisória. Estamos pagando os impostos em dia.”
O que diz a Prefeitura
O secretário de Obras e Infraestrutura, Leandro Kroth, afirma que a obra de reconstrução foi iniciada. A Treviplam Engenharia foi contratada e quebrou a parte da laje que estava destruída, para deixar a estrutura nivelada, preparada para receber o novo concreto. As galerias foram compradas de uma empresa cadastrada no registro de preços e serão entregues em breve. O problema para o prosseguimento da ação, segundo Kroth, é o alto nível do rio devido às chuvas acima da média em janeiro e fevereiro. Ele explica que as máquinas não conseguem trabalhar “afogadas”, ou seja, precisam de um período maior de estiagem para executar o serviço. Pelo mesmo motivo, os caminhões interromperam a retirada de cascalho do rio para a manutenção das estradas vicinais.
Publicidade
“Quero deixar claro que não é falta de vontade, não pensem que não queremos atender a comunidade. Não é isso. Vamos retomar o trabalho conforme a natureza nos oportunizar. Se o tempo ajudar, vamos dar continuidade”, ressaltou. “Precisamos isolar metade do rio para trabalhar em um terreno seco. Se nós tivéssemos parado completamente ou não feito nada até então, era compreensível a reclamação. Mas nós vamos cumprir o que está programado. Infelizmente, quando sobe o nível da água, não temos como trabalhar.”
Publicidade
This website uses cookies.