São poucos minutos que Dane Gervásio, 57 anos, leva para ir ao trabalho em sua bicicleta. Mas entre a casa, no Loteamento Beckencamp, em Santa Cruz do Sul, e a empresa de transportes da qual é funcionário está a BR-471 (estrada que liga o município a Rio Pardo). Esse é o problema que o motorista de ônibus precisa enfrentar, no mínimo, quatro vezes ao dia. Atravessar a rodovia, no Distrito Industrial, no início da manhã ou no fim da tarde é uma tarefa que exige paciência e atenção. Durante à noite, a falta de iluminação torna o trecho ainda mais perigoso.
Foi em um dos trevos de acesso à BR-471, no trecho próximo à TC Catedral, que uma jovem, de 22 anos, perdeu a vida em um acidente na noite de quinta-feira. Gervásio conta que já está acostumado com esse tipo de notícia trágica. “A gente vê constantemente acidentes graves. É super perigoso. Principalmente no horário de largada das firmas. O movimento é muito grande”. O morador acredita que uma sinaleira poderia auxiliar a reduzir o risco. “Quem está na BR não vai parar nunca. O pessoal (nas laterais) está com pressa e se enfia na frente. Aí que dá os acidentes”.
Gervásio: “É super perigoso”
Fotos: Bruno Pedry
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Nilton da Rosa, 53 anos, que reside no Bairro Rauber, também defende a necessidade de mudanças no local. Em uma motocicleta ele cruza diariamente a rodovia. “Quem passa na rodovia não baixa de 80 a 100 (quilômetros por hora). Tem que colocar uma lombada eletrônica a 50 por hora”. O motociclista lembra ainda que a iluminação é outro ponto fraco do local. Com isso, à noite a travessia se torna ainda mais arriscada. Em 2012, a Prefeitura chegou a planejar implantar lombadas eletrônicas no trecho, mas constatou que isso não seria permitido por lei.
Em janeiro daquele ano, os trevos de acesso à rodovia em frente ao Posto Oliveira chegaram a ser fechados. Um deles, no entanto, foi reaberto no mês seguinte depois que moradores protestaram contra a medida. Nesse período quem administrava a rodovia era a concessionária responsável pelo antigo pedágio em Rio Pardo. Agora as possíveis mudanças precisam ser debatidas diretamente com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Rosa: iluminação é ponto fraco do local
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Prefeitura projeta iluminação e mudanças no local
Segundo o secretário de Transportes e Serviços Públicos de Santa Cruz do Sul, Gerson Vargas, embora o trecho onde ocorreu o acidente não esteja dentro do perímetro de jurisdição do município, já estava entre os planos da pasta buscar junto ao Dnit uma solução para o local. Conforme o secretário, o município pretende fazer a iluminação no local, mas para isso necessita de autorização da autarquia.
Da mesma forma, de acordo com Vargas, já se projeta que a área possa receber uma rotatória, mas isso também depende de aprovação do órgão. O secretário lembrou ainda que após a inauguração do Residencial Viver Bem, no Bairro Dona Carlota, o movimento de veículos se tornou mais intenso na região. “Já estamos trabalhando nisso. Sabemos que é um local que precisa de iluminação e de mudanças. Mas para tudo precisamos de autorização do Dnit”.
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Município pretende fazer a iluminação no local
Mãe e filho seguem hospitalizados
Dos feridos no acidente de quinta-feira, dois seguem hospitalizados. Francine de Freitas, de 22 anos, que estava no Fiesta envolvido na colisão, e o pequeno Miguel de Freitas Engel, de 2 anos, seguiam internados no Hospital Santa Cruz. Os demais feridos foram medicados e liberados. A jovem está hospitalizada Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por conta de uma série de fraturas. O estado dela inspira cuidados. Já o garoto segue em estado estável. Outros dois meninos, de 1 e 3 anos, chegaram a receber atendimento médico no Centro Materno Infantil (Cemai), mas foram liberados logo depois.
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Jovem foi sepultada no início da noite
Danyelle Grasel dos Santos, de 22 anos, conduzia uma motocicleta no sentido Santa Cruz-Rio Pardo, quando se envolveu no acidente foi sepultada no início da noite dessa sexta-feira. Com o impacto ela foi lançada para o canteiro lateral da pista e não resistiu. O corpo de Daniele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). O velório foi realizado na Capela Santo Antônio. Já o sepultamento, conforme a Funerária Machado, ocorreu às 18h30 no Cemitério Santo Antônio. Danyelle era casada e mãe de um menino, de 3 anos.
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