Para Mariana Ferreira de Lima, 24 anos, e a mãe Ibraina, 58, moradoras do Residencial Santo Antônio, o céu é o limite. Juntas elas concluíram o curso de Técnicas Básicas de Confeitaria, ministrado pelo Senac, em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte (Sehase). Junto com outros 20 alunos, elas participaram nessa quarta-feira, 15, da cerimônia de formatura, com a entrega de certificados.
Prematura de cinco meses e diagnosticada com hidrocefalia, o que lhe causou problemas visuais e de coordenação motora, Mariana não se retrai diante dos percalços da vida e sabe que as limitações físicas não são impedimento para correr atrás dos sonhos. Com os conhecimentos adquiridos no curso de confeitaria, ela pretende agora ajudar a mãe a obter uma renda extra para o sustento da casa e também dar sequência nos estudos e cursar música na Universidade Federal de Santa Maria ou Direito na Unisc.
Tanta força de vontade vem da mãe, dona Ibraina, que criou Mariana sozinha e não mede esforços para ver o sucesso da filha. Com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ela arca com as despesas da casa e, a partir de agora, quituteira oficial, pretende melhorar de vida e ajudar ainda mais a filha a seguir em frente. “Eu sempre digo a ela que não pode ter vergonha de nada. Muita gente com mais condições, não faz o que ela faz. É uma vitoriosa”, disse orgulhosa. Com o certificado em mãos, as duas estão cheias de planos e pretendem fazer muitos quitutes para comercializar.
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O secretário municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte, Valdir Bruxel, parabenizou os formandos e incentivou-os a seguirem buscando mais qualificação. “Vocês tiveram a coragem de se movimentar e saíram da zona de conforto, foram em busca de algo diferente para terem uma vida diferente”, disse. Ele lembrou do primeiro certificado que ganhou aos 14 anos e que guarda até hoje. “Esse primeiro curso mudou a minha vida”.
Cursos técnicos são o resultado do trabalho social com as famílias dos residenciais
No total, 22 alunos, divididos em três turmas, uma de Informática Fundamental (30 horas) e duas de Confeitaria (40 horas), concluíram as aulas e, nesta quarta-feira, ganharam os certificados. Todos são moradores dos residenciais Santo Antônio e Viver Bem, financiados pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. A qualificação ofertada a eles é fruto de um trabalho técnico social, conduzido pela Prefeitura e realizado com recursos que foram repassados pela Caixa Econômica Federal (CEF), especificamente para esta finalidade.
Como explica a assistente social da Sehase, Larissa dos Santos, desde 2019 o trabalho vem sendo executado, mediante oferta de cursos e oficinas de inserção no mercado de trabalho, rodas de conversa e diversas atividades. “Em 2020, em razão da pandemia houve uma parada e em 2021 a equipe mudou. Através de reuniões com as famílias já estamos nos organizando e reunindo ideias para seguir ofertando essas oportunidades no primeiro semestre de 2022”.
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