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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Moradores de Vila Triângulo querem o fim de tanta poeira

Comunidade se mobiliza por melhorias há 20 anos, porém, sem conquistar avanços

Os moradores de Vila Triângulo, em Vera Cruz, seguem na luta por asfalto na VRS-847, estrada que dá acesso para Linha Henrique D’Ávila e Albardão. As reivindicações duram quatro décadas, conforme a comerciante Teresinha Barros, de 60 anos. A comunidade se mobilizou diversas vezes. Já protestou na estrada, no Ministério Público e na Prefeitura. “Estamos cansados de viver em meio à poeira”, afirma Teresinha, proprietária de um bar e mercado.

Lori Ilse Lersch concorda e observa que o IPTU é cobrado dos moradores. “Queremos melhorias para justificar o que pagamos”, aponta. O mau cheiro de esgoto a céu aberto também é motivo de reclamação. O desejo da comunidade é a municipalização da estrada, que está sob a responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).

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Há 26 anos, a construtora Ribas venceu a licitação para o asfaltamento. Porém, com a concordata da empresa, o serviço parou na preparação do solo e drenagem. Em abril, a Magna Engenharia, de Porto Alegre, venceu a licitação para revisão da obra. Até agora, só estacas de madeira para demarcação podem ser observadas.

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O trecho pavimentado é de 1,5 quilômetro – entre a ERS-409 na esquina Koelzer até pouco depois do viaduto sobre a ERS-412 – e foi executado em 2006, por meio do orçamento participativo. Faltam 12 quilômetros para a conclusão. Por ser uma região de produção agrícola, a circulação é de aproximadamente 1,8 mil veículos por dia.

O Daer informou que está avaliando a inclusão da revisão de projeto no contrato de apoio técnico, executado pela Magna Engenharia. Uma das alternativas estudadas é a divisão da obra em dois lotes. Após a revisão, será necessário buscar recursos para licitar a pavimentação.

Pó toma conta do mercado de Teresinha
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O QUE DIZ O PREFEITO

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O prefeito Guido Hoff explica que levou dois anos para o Daer conseguir romper o contrato com a Ribas na Justiça. A Enecon Engenharia assumiu, mas o contrato foi encerrado em 20 dias. Somente neste ano, após oito meses de burocracia, a Magna Engenharia iniciou a atualização do projeto, em abril. O custo será levantado para ser levado ao governo estadual. Ainda não há previsão de entrega do novo plano. “Fui claro com a população. O povo não pode ser enganado e precisa saber a verdade. Precisamos do projeto para levar a reivindicação ao governo estadual. É o primeiro passo, que não foi feito em mais de 20 anos”, sublinha Hoff.

Sobre a municipalização da VRS-847, Hoff explica que é uma medida inviável. “O município teria que assumir uma obra com valores superiores a R$ 20 milhões. Não temos condições orçamentárias para isso. Temos que continuar brigando com o governo do Estado pela obra”, afirma.

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“A Ribas era um câncer e foi retirada do processo. O projeto estava arquivado no Daer. Agora está andando, com a execução do projeto e a definição do curso. Conheço essa poeira de lá. Sei que é ruim. Não existe milagre e estamos unidos nessa luta”, complementa. Segundo Hoff, a ERS-409 foi municipalizada porque nenhum prédio poderia ser reformado ou construído às margens da rodovia, então considerada área de domínio do Daer. A ação não envolveu custos para a Prefeitura e levou dois anos até ser aprovada, em outubro deste ano.

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Conforme o secretário de Planejamento e Finanças, Marcos Ivan dos Santos, a cobrança do IPTU é feita em Vila Triângulo por se tratar de zona urbana, conforme a lei municipal 2.659, de 2005. Sobre a questão da falta de saneamento, o secretário explica que há muitos loteamentos clandestinos no local, ou seja, construções à beira da estrada sem a devida regulamentação. “É algo que acontece há muito tempo. Um fracionamento de terras, em menos de dois hectares. Não foram implementados loteamentos regulares, com a infraestrutura necessária. Mas se a pessoa tem a posse e titularidade, precisa pagar IPTU”, esclarece.

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