Regional

Moradores de Herveiras enfrentam racionamento há dois meses

A estiagem que atinge todo o Rio Grande do Sul provoca transtornos para além da atividade agropecuária. Em Herveiras, o racionamento de água teve início em novembro do ano passado e atinge toda a população, tanto no Centro como no interior. O fornecimento é interrompido diariamente por volta das 16 horas e só retorna na manhã seguinte. A medida é necessária para que os reservatórios possam alcançar um nível mínimo e garantir o serviço à população.

Conforme o secretário municipal de Obras, Viação, Serviços Urbanos e Trânsito, Roberto Bringmann, esse é o terceiro verão consecutivo com racionamento. Atualmente a água que abastece Herveiras é retirada de cinco poços artesianos e três captações, mas duas delas já estão com baixa capacidade.

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Para tentar solucionar o problema, foi aberto um novo poço na localidade de Linha Marcondes. Ele ressalta que ainda não há rede de distribuição, de modo que a fonte está sendo utilizada somente para abastecer os caminhões-pipa.

Caminhões-pipa são utilizados para encher os reservatórios e abastecer residências

No futuro, destaca Bringmann, a intenção é que esse poço seja suficiente para garantir o fornecimento aos moradores do Centro devido à boa vazão. A secretaria aguarda a instalação da rede trifásica de energia elétrica para fazer a canalização e demais infraestruturas necessárias. A abertura de poços é a principal estratégia para enfrentar a escassez de água no município, mas a prática impõe diversos desafios.

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O secretário recorda que, há cerca de três anos, um poço que havia sido perfurado no Centro teve um desabamento da parede e acabou inutilizado. “Nós temos uma grande dificuldade de encontrar locais propícios para a perfuração porque não basta apenas ter água, o solo também precisa oferecer condições.” Não há previsão de quando o fornecimento de água potável à população será normalizado.

No interior, a situação é ainda mais complicada. De acordo com o secretário de Agricultura, Indústria e Comércio, Douglas Kumm, todas as localidades são afetadas e estão sendo abastecidas com caminhão-pipa. Não se trata somente das residências, mas também dos reservatórios da Prefeitura.

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Hoje são cerca de 25 famílias atendidas, mas o número de novos pedidos cresce a cada dia. “Primeiro tentamos abrir aguadas ou poços para ver se junta água, mas se não for possível, levamos com o caminhão.” Diariamente, nove cargas de 7,5 mil litros são levadas às diversas comunidades do interior, totalizando cerca de 67,5 mil litros de água retirada de dois poços artesianos que ainda possuem boa capacidade.

Perdas na agricultura

Além de provocar desabastecimento de água, a estiagem já causa prejuízos significativos na agricultura de Herveiras. No tabaco, as perdas estimadas pela secretaria são de 25% da produção. A soja, segundo Douglas Kumm, ainda está em fase de florescimento e não é possível avaliar com precisão, mas as previsões indicam quebra de 30%. Na cultura do milho, pouco resistente ao estresse hídrico, as perdas já ultrapassam os 50%.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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