Moradores das áreas de risco ficam em alerta

Atualizado às 12h06.

A chuva iniciada na madrugada desta sexta-feira levou preocupação aos moradores de regiões próximas a rios e arroios. Os trovões e raios aumentavam o clima de tensão e interrompiam o sono. Felizmente, nenhum caso de família desabrigada por inundação foi registrado. A má notícia é de que mais chuva está prevista para este sábado e o domingo.

Na manhã deste sábado, 27, a água começou a baixar na Praia dos Folgados, no Bairro Várzea, no entanto a vazão ocorre lentamente. A Rua Irmão Emílio que foi interditada para o tráfego de veículos pequenos e tinha previsão de liberação para as 5 horas, segue sem o trânsito de carros e motocicletas. O caminhão da Prefeitura está trabalhando no local fazendo o traslado dos moradores. A carga pluviométrica no período de 24 horas, foi de 98 milímetros. Não há registro de pessoas desabrigadas, mas permanece a situação de alerta, de acordo com a Defesa Civil.

O nível do Rio Pardinho alcançou o limite da régua de medição – 7,5 metros – no final da tarde de ontem, no Bairro Várzea. A Defesa Civil passou a monitorar a situação e disponibilizou um caminhão para que as famílias se deslocassem. “Os moradores levantam os móveis e ficam em suas residências. Mas como ficam impossibilitados de passar em veículos baixos, colocamos um caminhão à disposição até as 23 horas. Sábado vamos retomar o translado de quem precisa a partir das 5 horas”, disse o coordenador da Defesa Civil, tenente Joaquim Barbosa.

Moradora da Rua Irmão Emílio, na Praia dos Folgados, Dejanira Sales, 38 anos, disse que estava preocupada se a chuva continuasse por mais algumas horas. “Em 2010, a água invadiu a minha casa. Não moro tão próximo ao rio. Tem outras em que a água entra sempre”, afirma. É o caso do aposentado Luis Rubert, 68 anos. O ex-caminhoneiro, que mora há mais de 30 anos no local, conta que já está acostumado. “A gente se adapta. Entra um pouco de água, às vezes alaga tudo e a gente precisa sair. Mas acho que dessa vez não vai subir muito mais que isso”, observa.

No Loteamento Beckenkamp, no Bairro Dona Carlota, o nível do Arroio das Pedras subiu e a água invadiu o pátio de casas entre a Rua das Carrocinhas e a Rua São Filipe. Alguns moradores contaram que telhas de fibra foram avariadas pela chuva forte. A vice-prefeita, Helena Hermany, afirmou que boa parte dos que vivem em zona de risco já se cadastraram no novo programa habitacional, que fornecerá casas populares no Loteamento Santa Maria, próximo ao Viver Bem.

Na lateral do Parque da Oktoberfest, entre a Avenida Independência e a Rua Coronel Oscar Jost, a água se acumulou rapidamente à tarde e deixou a área completamente alagada. A chuva resultou na queda de energia em partes do Bairro Avenida, deixando um semáforo desligado na esquina entre a Rua São José e a Rua Coronel Oscar Jost. Da ponte sobre o Rio Pardinho, na RSC-471, era possível observar a força da correnteza, que carregava troncos de árvores e outros detritos.

São esperados de 74 a 130 milímetros até domingo. Segundo o professor responsável pela estação meteorológica da Unisc, Marcelino Hoppe, a precipitação até 16 horas de ontem já havia atingido 60 milímetros e as previsões apontavam para 150 até a noite de domingo. “É um volume considerável para três dias. É a média prevista para todo o mês de maio.” Barbosa diz que a equipe está preparada para possíveis transtornos. “Permaneceremos em alerta até terça-feira.” O telefone da Defesa Civil é 3717 3473.

Última hora

Por volta das 23 horas dessa sexta-feira, a Defesa Civil de Santa Cruz do Sul atendeu a uma chamada na Travessa Bayer, no Bairro Bom Jesus. A água da chuva invadiu uma residência. O local costuma ser monitorado pelo órgão, já que é considerado área de risco.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, tenente José Joaquim Dias Barbosa, o nível do Rio Pardinho, na cabeceira, em Sinimbu, baixou consideravelmente durante a noite de sexta-feira. Segundo Barbosa, isso deve diminuir as chances de maiores transtornos em Santa Cruz do Sul durante este fim de semana.