A terça-feira, 16, foi de movimentação intensa em Rio Pardo para o conserto dos estragos provocados pelo temporal de granizo que durou cerca de 20 minutos na noite anterior. Pessoas fizeram uma longa fila, no Corpo de Bombeiros, para esperar os 40 metros quadrados de lona fornecidos para cada família. Nas ruas, era possível ver as roupas e colchões colocados ao sol para secar. Mutirões se concentravam sobre os imóveis para fazer reparos e substituir telhas quebradas.
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De acordo com o levantamento da Prefeitura, 2 mil residências foram atingidas na zona urbana e rural. O Corpo de Bombeiros e a Assistência Social auxiliaram as famílias com a entrega imediata de lonas. Moradores aguardavam a abertura das lojas de construção, ontem pela manhã, para comprar telhas.
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O prefeito Rogério Monteiro decretou estado de emergência por conta da situação de calamidade. As aulas foram canceladas nas emeis. Os bairros com maiores danos registrados foram Ramiz Galvão, Guerino, Jardim Boa Vista, Mutirão do Camargo e Várzea do Camargo.
Monteiro pediu calma e paciência à população. “Estamos fazendo a distribuição de lonas e não faltará para ninguém. Vamos solucionar o problema de uma maneira serena e tranquila. Precisamos ter equilíbrio nessa hora. Estamos trabalhando de forma intensa. O temporal atingiu praticamente metade das residências na zona urbana”, disse.
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A Defesa Civil Estadual encaminhou cargas de lonas e cobertores. A Prefeitura investiu R$ 200 mil na compra de lonas, inclusive de cooperativas agrícolas. Outros municípios, como Encruzilhada do Sul e Pantano Grande, prestaram auxílio. A Defesa Civil de Cachoeira do Sul uniu-se à força-tarefa. Ainda não há previsão para a chegada de telhas.
Apesar do susto, não houve registro de pessoas feridas. A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) informou prejuízos em 152 lavouras de tabaco em Rio Pardo. Ainda foram registrados danos em Progresso e Passo do Sobrado.
Um dos bairros mais afetados pelo temporal de granizo foi o Jardim Boa Vista. As três casas da família Bandeira amanheceram com réstias de luz entrando pelos buracos no telhado. Ana Paula colocou o filho embaixo de uma mesa para protegê-lo. Lair, a mãe de Ana, saiu às pressas para levantar os móveis da residência ao lado.
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“Molhou tudo em pouco tempo. Eram pedras grandes, do tamanho de uma bola de tênis. Ainda temos dois idosos na família, de 87 e 91 anos. Foi bem complicado”, contou Lair. Na tarde de ontem, os homens da família descarregavam telhas de um caminhão para iniciar os reparos.
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Poucos metros adiante, na mesma rua, Heronita Gonçalves acompanhava o serviço de um pedreiro chamado por ela para fixar uma lona preta no telhado. Na casa ao lado, Marlene Tostes da Silva aguardava o marido trazer um pedaço de lona para cobrir os inúmeros furos nas telhas de fibrocimento. “Já estou dolorida dos nervos. Dormi por cima de um edredom. O resto molhou. Acho até que perdi uma televisão antiga do quarto. Foram dois palmos de gelo acumulado na entrada da garagem”, contou.
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Na Várzea do Camargo, um bairro de maior vulnerabilidade social, vizinhos se uniram para um auxílio mútuo. Cerca de cem famílias foram atingidas às margens da ERS-403.
Lucimara Bitencourt Linhares retirou os pertences da casa onde mora com dois filhos para fazer uma limpeza. “Molhou praticamente tudo. Agora vou aguardar para receber telhas. Não tenho condições de comprar.”
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Diversos moradores ainda carregam um dos temporais de 2015 na memória. Naquele ano, em 14 de outubro, uma granizada causou danos em 4 mil residências. As chuvas recorrentes na época atrapalharam a recuperação dos estragos. A dona de casa Catiuce Severo de Oliveira e o filho Eduardo Severo morreram, atingidos por uma árvore que caiu sobre a casa de madeira onde moravam, no Bairro Jardim Boa Vista.
O governo federal precisou intervir e enviou recursos para ajudar, principalmente na compra de telhas. Foram meses de limpeza dos entulhos e reconstrução de residências parcialmente destruídas. Em 2015, três enchentes atingiram Rio Pardo. No dia 28 de dezembro, o nível do Rio Jacuí chegou a 18,8 metros na jusante da Barragem do Anel de Dom Marco, um recorde histórico quebrado após 74 anos.
Quem puder ajudar a com a doação de lonas, colchões, cobertores e travesseiros pode fazê-lo na Assistência Social do município, que fica na Rua Júlio de Castilhos, 579.
As entregas de lonas são feitas no quartel do Corpo de Bombeiros, na Avenida dos Dragões, e também na Assistência Social. O contato da Defesa Civil é (51) 99714 9119.
As doações em dinheiro podem ser realizadas via Pix (CNPJ 88.821.079/0001-62) ou via depósito bancário (agência 0498, conta 024-6, da Caixa Econômica Federal).
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