O vilarejo de Alto Sinimbu, localidade que fica a seis quilômetros do Centro, está recebendo calçamento com bloquetes desde novembro. O projeto ainda prevê a construção de calçadas. O problema, no caso da assistente de Pesquisa e Desenvolvimento da Mercur, Fabiani Elisabet Spiegel, de 39 anos, é que árvores plantadas pela mãe dela há 33 anos teriam que ser arrancadas, conforme o projeto.
Fabiani mantém as 13 árvores pela beleza e pela sombra, fundamental para amenizar o calor do verão. Ela diz não ser contra a implantação da calçada, mas pede compreensão para que a obra não interfira nas plantas. “Peço bom-senso, que façam um pequeno recorte para evitar a área onde estão as árvores. Elas são podadas, bem cuidadas. Fazem parte da história familiar. Ficam próximas ao muro, basta reduzir um pouco da área para o passeio público. Quase ninguém passa aqui. De trânsito, são alguns carros, um ônibus e umas carroças”, argumenta.
Para evitar o corte das plantas – três delas de espécies nativas –, Fabiani recorreu à Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessler (Fepam) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas não obteve solução. Os órgãos responderam que ela deveria entrar em acordo com a administração municipal. Assim, a moradora fez contato com o engenheiro ambiental e o engenheiro civil da obra. Chegou a falar com a prefeita Sandra Backes e o vice, também secretário de Obras, Claus Schneider Wagner. Mas, segundo ela, nada foi resolvido.
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O último recurso foi acionar um advogado, que a orientou a entrar com uma ação no Ministério Público. O processo foi iniciado em 7 de novembro. Fabiani já está ciente de que o andamento será lento e não consegue enxergar uma luz no fim do túnel. “A rua vai permanecer com a sua medida intacta. E sem curvas, como alegou a prefeita. Só gostaria de negociar um recorte na calçada e meu sossego de volta.” Ela afirma que a obra foi paralisada em 20 de dezembro e será retomada na próxima segunda.
Prefeitura
A prefeita Sandra Backes afirma que está tranquila quanto à situação. Conforme explica, há licença para a remoção das árvores, que, segundo ela, estão em faixa de domínio público. Sandra garante que o projeto seguirá sem interrupções. “É uma obra que a comunidade anseia. A ampla maioria é a favor. Não podemos paralisar o processo por causa de uma moradora que deseja ter sombra em casa. Estamos com documentação em dia, temos as licenças”, ressalta.
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