A localidade de Linha do Rio, no interior de Candelária, foi um dos locais da região mais afetados pelas enxurradas das últimas semanas. O servidor público Vilson Roos, de 67 anos, foi uma das pessoas que viveu momentos de drama com a enchente. Morador de Linha do Rio há seis anos, ele teve a casa invadida pela água pela primeira vez.
Durante todo o fim de semana, dedicou-se a limpar a casa e tentar salvar roupas, móveis e eletrodomésticos. Na primeira cheia, conta que a água chegou a cerca de 30 centímetros dentro da residência e depois baixou. “Nós até fizemos um mutirão e conseguimos limpar, mas aí voltou a chover forte e no dia seguinte subiu novamente.”
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Quando a água começou a subir, o chamado repique de cheia, estavam na casa Vilson, a esposa, a filha, o genro e dois netos, um de 9 e outro de 4 anos de idade. Ele diz que ficou escorando a porta da frente para evitar que a enxurrada invadisse a moradia, mas a força era tamanha que não foi possível segurar.
Quando a proteção cedeu, em cerca de dez minutos havia mais de 1,5 metro de água dentro da casa. “Nessa hora estava tudo boiando, eu fiz a geladeira de canoa para salvar os meus netos.”
Nesse momento, uma parede dos fundos foi destruída e abriu passagem para a correnteza, que arrastou Vilson. Ao recordar os momentos de terror que viveu, as lágrimas foram inevitáveis. “Só consigo lembrar dos meus netos pedindo que a água não levasse o avô deles.”
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Nos fundos do terreno, o rastro de destruição impressiona: são móveis, eletrodomésticos e ferramentas que se misturam a tijolos, telhas e tábuas em uma grande pilha de escombros. “Tínhamos um galpão aqui nos fundos que foi arrastado inteiro, ele foi se desmanchar lá adiante, perto de um mato de eucaliptos.”
Mesmo com todo o abalo psicológico e diante de tanta destruição, Vilson tentará reconstruir a vida, mas é enfático ao afirmar: “Muita gente não vai continuar aqui”.
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