Polícia

Morador de Arroio do Tigre perde R$ 15 mil ao cair em golpe em Santa Cruz

A Polícia Civil de Santa Cruz do Sul investiga um estelionato que chamou a atenção pela perspicácia empregada pelo autor do crime. Um morador de Arroio do Tigre, de 63 anos, perdeu R$ 15 mil após cair em um golpe no município. O delito ainda causou prejuízos a um santa-cruzense. O caso teve início na última sexta-feira, 22. Um rapaz de 28 anos, morador do Bairro Margarida, fez um anúncio de uma Volkswagen Saveiro cinza, ano 2003, no site OLX, pelo valor de R$ 22 mil.

A camionete era do sogro, e o valor arrecadado com a venda seria emprestado para o rapaz adquirir um veículo. Horas depois de anunciar a Saveiro, um homem, dizendo chamar-se Gilberson, supostamente advogado em Vera Cruz, respondeu afirmando que queria comprar o veículo, pois iria repassá-lo a um cliente por um valor maior. “Ele pediu para que eu não comentasse com ninguém o valor do carro, e disse para eu retirar o anúncio da OLX, pois o negócio já era certo”, comentou o rapaz, que preferiu ter seu nome mantido em sigilo.

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Segundo o santa-cruzense, durante o último fim de semana, o suposto comprador manteve contato. “Me ligou, confirmou que o negócio estava certo e que o homem para o qual ele repassaria iria ver a Saveiro. Marcamos de nos encontrar no centro de Santa Cruz, pois o cliente dele era de Arroio do Tigre e viria somente para isso. Ainda pediu novamente para eu não comentar o valor com ele”, explicou o rapaz.
O encontro entre as duas partes, vítimas do caso, aconteceu na última segunda-feira, 25, no estacionamento de um supermercado na Rua Ramiro Barcelos, no Centro. Um homem de 63 anos veio acompanhado da filha, de 30, e do neto, de apenas 26 dias. “Eles olharam e gostaram do carro”, disse o santa-cruzense. Enquanto isso, o estelionatário, que não estava no local e fazia a intermediação entre as partes apenas via mensagens de WhatsApp, ligou para o rapaz de 28 anos.

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“Ele me pediu para manter o combinado, de não falar valores, e que havia dito para o pessoal retornar no dia seguinte. Enquanto isso, eu deveria fazer a transferência do documento no cartório.” O morador de Arroio de Tigre voltou a Santa Cruz na tarde da última terça-feira. “Nos encontramos no mesmo local. O estelionatário ligou para mim, confirmei que eles estavam ali, ele pediu até uma foto dele segurando a chave. Falou também com a filha do comprador, pois ele não sabia mexer no Pix”, comentou o santa-cruzense.

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A filha do homem de Arroio do Tigre fez um depósito para o estelionatário. Depois que recebeu o dinheiro, o criminoso a bloqueou. “E para mim, para quem ele supostamente pagaria pelo carro comprado, que posteriormente seria revendido por ele para aquele homem, disse que não estava conseguindo fazer o pagamento via Pix e precisaria ir até uma agência. Depois, me bloqueou também.”

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Conversa entre as vítimas revelou detalhes da farsa

O santa-cruzense perguntou aos moradores de Arroio do Tigre se estavam conseguindo contato com o suposto advogado, mas eles disseram que não. “Naquela hora, suspeitei de fraude e falei para o pessoal. Eles me afirmaram que não era possível, pois a mulher tinha acabado de transferir R$ 15 mil e ele disse que eu era primo. Depois disso, começamos a conversar para saber como eles acharam o anúncio da Saveiro e se eram realmente clientes do tal advogado”, salientou ele. Ao rapaz de 28 anos, os moradores de Arroio do Tigre disseram que não eram clientes. Explicaram que acharam um anúncio por R$ 15 mil e esse carro, segundo o que o estelionatário lhes disse, seria de um primo que estava devendo. E ele estava vendendo barato apenas para custear os gastos que teve. Também aos moradores de fora, o criminoso disse que não era para comentar o valor com o santa-cruzense.

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“Expliquei que tinha anunciado na OLX pelo valor de R$ 22 mil e fomos contando a história que o estelionatário tinha falado para cada um. Depois de uns 15 minutos conversando, nos dirigimos à delegacia”, afirmou. Os detalhes da farsa foram sendo descobertos aos poucos. “Ele pegou fotos do meu anúncio da OLX e fez uma postagem no Facebrique de menor valor. O pessoal de Arroio do Tigre entrou em contato com ele por Facebook, depois passou para o WhatsApp. E ele foi dizendo uma história para cada um, e que não era para nós comentarmos valor um para o outro.”

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Dinheiro da safra

Embora em menor proporção que o morador de Arroio do Tigre, o santa-cruzense também teve prejuízo. O sogro dele veio de Cachoeira do Sul apenas para preencher os documentos no nome da outra vítima. “O dinheiro da venda seria para eu comprar outro veículo para mim. Vou ter que refazer os documentos do carro, o que vai sair em torno de R$ 600,00.” A vítima de Arroio do Tigre, que também preferiu ter seu nome mantido em sigilo, havia vendido parte da safra de soja para pagar os R$ 15 mil.

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“Fiquei preocupado com o fato, pois eu estava contando com o dinheiro para comprar outro carro. É uma sensação de impotência saber que caímos em um golpe e talvez não tenha o que ser feito, apenas alertar outras pessoas para não caírem também”, disse o santa-cruzense. O caso é investigado pela 1a Delegacia de Polícia, que é comandada, de forma interina, pelo delegado regional Luciano Menezes. Entre as informações já apuradas está o número de telefone usado para conversar com as vítimas, que é código de área 51, e também a conta em que foi depositado o valor de R$ 15 mil, que pertence a uma mulher residente no Espírito Santo.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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