Em um dia histórico para Cachoeira do Sul, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) entregou um presente à comunidade nesse sábado, 25: o restauro do Chateau D’Eau, demanda antiga da população cachoeirense. A obra recebeu investimento de R$ 1,1 milhão em recursos próprios da companhia. Na ocasião, o monumento também foi tombado como patrimônio cultural do Estado.
Na reinauguração após o restauro, o diretor-presidente da Corsan, Flávio Ferreira Presser, destacou a necessidade de preservação do patrimônio artístico. “Esta inauguração tem uma importância afetiva e simbólica para a Corsan. As ninfas que circundam o Chateau D’Eau são seres imortais, e é assim que devemos manter este monumento, zelando pela sua permanência e conservação. Da mesma forma que a companhia abastece de água a cidade, esta obra é uma fonte de conhecimento”, afirmou.
O restaurador Antônio Sarasá, responsável pela recuperação, reforçou a importância da cultura para o crescimento das pessoas. “Um bem cultural é um livro a ser lido e apreendido. Ao restaurar o Chateau D’Eau, perpetuamos não apenas a sua materialidade, mas principalmente o seu aspecto intangível”, ressaltou.
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Para o prefeito de Cachoeira do Sul, Sergio Ghignatti, a cidade está se reencontrando com sua própria história. “Hoje estamos recebendo um patrimônio que, após sofrer os efeitos do tempo, nos é devolvido com toda a sua beleza e imponência. Na mesma praça, podemos ver a escultura de Netuno em frente à de Nossa Senhora da Conceição, em uma convergência que nos encanta e inspira”, disse.
O secretário de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Victor Hugo Alves da Silva, salientou a responsabilidade social da Corsan. “É uma grande parceira de cultura, e aqui demonstra mais uma vez sua responsabilidade social. Outro belo exemplo disso é que, em tempos de crise, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) só está conseguindo viajar pelo Estado graças ao patrocínio da companhia”, sublinhou.
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Confira um vídeo de homenagem à reinauguração:
Patrimônio cultural
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Durante a solenidade, foi exibida uma apresentação detalhando o processo de restauração e a importância do monumento, com fotos, poemas e informações técnicas. As autoridades também assinaram o tombamento do Chateau D’Eau, que passa a integrar o patrimônio histórico e artístico do Estado.
Após a inauguração, a Ospa realizou um concerto com entrada franca, na Igreja Matriz. Regida pelo maestro Evandro Matté, a apresentação contou com o solista convidado Samuca do Acordeon e foi a primeira da Série Interior 2017, patrocinada pela Corsan.
Restauração
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Iniciado em abril de 2016, o restauro resgata as características do projeto original do Chateau D’Eau (em português, Castelo de Água). Além disso, valoriza um bem de interesse público, fortalecendo-o como ponto de referência da cidade, e cumpre compromisso estabelecido em contrato de programa firmado entre a companhia e Cachoeira do Sul. Localizado na área central, forma na praça Balthazar de Bem – junto com o prédio da Prefeitura Municipal e a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição -, um rico conjunto arquitetônico, considerado o mais belo cartão-postal do município.
O Chateau D’Eau foi construído para levar água por gravidade ao reservatório de distribuição localizado na rua Júlio de Castilhos e, ao mesmo tempo, regular a pressão da água nas zonas mais elevadas. Com o passar do tempo e o crescimento da cidade, o objetivo não foi mais alcançado, mas a beleza e o simbolismo do local permaneceram ao longo dos anos. É esse patrimônio, de inestimável valor histórico, que a Corsan devolveu ao povo cachoeirense.
O monumento deixou de ser utilizado para o abastecimento de água no início da década de 1970, tendo em vista as obras de ampliação do sistema de abastecimento de água executadas pela Corsan. A partir de então, tornou-se um belo chafariz histórico, construído numa época de enorme valor artístico e cultural nas obras de saneamento. O local passou a sofrer a ação do tempo, sendo necessário um trabalho técnico de recuperação condizente com sua importância.
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Para isso, a Corsan contratou o restaurador Antônio Sarasá, proprietário do Estúdio Sarasá, empresa paulista especializada que já realizou recuperações em locais históricos importantes, como o Teatro Municipal de São Paulo, os vitrais da catedral de Brasília e o Museu Ipiranga. A equipe responsável pelos trabalhos reconstruiu com argamassa especial as partes quebradas do monumento e realizou uma pintura na parte interior da edificação, na cor ocre (amarelo-escuro), original da época da inauguração. As obras também incluem nova iluminação, restauro do espelho d’água e paisagismo.
Estilo neoclássico
O Chateau D’Eau é um torreão vazado em estilo neoclássico, com colunas dóricas no térreo, jônicas no primeiro andar e coríntias no último lance. Em seu topo está a representação de Netuno e, ao redor do torreão, oito figuras de ninfas semi-inclinadas carregando cântaros de onde jorra um filete de água para o interior de um espelho d’água recortado em compartimentos pelas alamedas que conduzem às escadarias. Cercado inicialmente por doze palmeiras imperiais, compõe um paisagismo de matizes clássicas, como aqueles desenvolvidos em escala mais ampla no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, e em São Paulo, no Parque da Independência. Após a inauguração oficial, a manutenção do Chateau D’Eau fica sob responsabilidade da Prefeitura.
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