Santa Cruz do Sul

Monte Alverne: um distrito que se apresenta com infraestrutura de cidade

A nova série de reportagens da Gazeta do Sul vai destacar a Vida no Interior de Santa Cruz do Sul. Depois de explorar os 36 bairros, chegou a vez de abordar os oito distritos do município e suas localidades. A primeira comunidade a ser visitada é Monte Alverne, um dos locais mais desenvolvidos, com ampla infraestrutura, sendo referência em saúde, educação, comércio e rede bancária para moradores até de cidades vizinhas.

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Monte Alverne está a 27 quilômetros do centro de Santa Cruz e a 148 km da capital, Porto Alegre. Hoje conta com aproximadamente 4,6 mil habitantes. O 3º Distrito tem como principal acesso a rodovia Arno Frantz – ERS-418 –, que também dá acesso a Venâncio Aires pelo interior. A localidade, inclusive, está estabelecida próximo à divisa entre a Terra da Oktoberfest e a Capital Nacional do Chimarrão, separadas apenas pelo Arroio Castelhano.

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Devido a sua localização, tem atraído muitos venâncio-airenses. A preferência dos cidadãos pelo distrito se dá pela tranquilidade e calmaria da pacata vila, que tem cara de cidade, em pleno meio rural. Com estrutura que mais lembra um município de pequeno porte, Monte Alverne é uma das mais prósperas
do interior de Santa Cruz.

Uma história que se inicia com a chegada dos imigrantes

No ano em que o Rio Grande do Sul celebra os 200 anos de imigração alemã e Santa Cruz do Sul os 175 anos de colonização, destaca-se que a região teve grande avanço em virtude dos colonos que escolheram a região para progredir. Em Monte Alverne, os imigrantes começaram a chegar em 1861, de países da Europa e também das colônias de São Leopoldo e de Santa Cruz.

Naquela época, com o início da povoação da Colônia de Mont’ Alverne, o local recebeu a denominação de Rio Thal (vale entre rios), que ficou conhecida pelos antigos, em alemão. Naquele tempo, o território pertencia a Taquari e era vinculado a Santo Amaro (hoje General Câmara). Conforme dados da revista Alemães: uma etnia para a integração, publicada pela Editora Gazeta, em 1999, a colônia de Monte Alverne pertenceu também a Rio Pardo, vinculado à Freguesia de Santa Cruz. Em 1878, com a emancipação de Santa Cruz, a localidade integrou-se ao novo município, tornando-se a sede do 3º Distrito.

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No entanto, ainda em tempos de colônia, alguns entraves dificultavam a evolução de Monte Alverne, como a falta de caminhos e estradas que ligassem a comunidade com possíveis mercados, e a falta de interesse do governo provincial. A solução para o local era a construção de uma estrada em direção aos Campos de Soledade, em Cima da Serra. Já em 1859, quando a colônia foi fundada, o então presidente da província enviou uma comissão de engenheiros para que examinassem a região e estabelecessem o melhor traçado para uma estrada que deveria ligar a colônia com o Rio Taquari e, através dele, com o principal centro comercial da província, Porto Alegre. 

Um caminho a partir da Colônia de Santa Cruz (Linhas Santa Cruz e Boa Vista), através de Monte Alverne, Faxinal de Santo Amaro e Taquari, foi proposto. Seria um traçado mais curto do que a estrada de Santa Cruz e Rio Pardo. A troca do presidente da província e a pressão política de alguns proprietários de grandes reservas de erva-mate, que reivindicavam que a estrada cortasse suas propriedades, fez com que o projeto fosse arquivado. 

Com o passar dos anos, desde que passou a ser distrito, a vila, como é chamada pelos moradores e frequentadores, registrou importantes avanços. Atualmente, metade da população vive em propriedades rurais. Dados da Subprefeitura de Monte Alverne apontam que há cerca de 135 estabelecimentos comerciais e 13 indústrias. O distrito ainda tem 18 associações das mais diversas áreas, 11 sedes comunitárias e 23 igrejas.

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Localidade que é referência

A Subprefeitura de Monte Alverne tem à frente Mauri Jorge Frantz, 63 anos. Para ele, a qualidade de vida e a calmaria do lugar tornam o distrito bom de se viver e empreender. Ele destaca que, se hoje o local fosse um município, estaria em 135º lugar no Rio Grande do Sul, quando comparado com outras cidades, levando em conta a estrutura atual. “Conforme pesquisa, quase 300 municípios estão abaixo do nosso distrito.”

De acordo com Frantz, as seguintes localidades são atendidas pelo 3º Distrito com serviços de maquinário e outros: Vila Monte Alverne; Alto São Martinho, Cerro dos Cabritos; Quarta Linha Nova Alta e as linhas Monte Alverne; Linha Antão; São Martinho; Pinheiro Machado; Linha Botão; Linha Chaves; Arroio do Tigre; Arroio do Leite; Linha Castelhano; Saraiva; Justo Rangel; Linha Brasil; Vitorino Monteiro; Júlio de Castilhos; General Osório; Linha Hamburgo; Linha Nova; Quarta Linha Nova Alta e parte de Linha Eugênia.

“​​Alguns locais pertencem aos distritos de São Martinho e Saraiva, mas tudo está ligado com Monte Alverne pelo fato de esses lugares não possuírem a estrutura necessária. Com a instalação da Subprefeitura de Linha Santa Cruz, as localidades de Quarta Linha Nova Baixa, Seival e Linha Armando passaram a ser atendidas por ela, mas, algumas vezes, prestamos serviços nessas comunidades”, explica Frantz.

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O distrito conta com três escolas municipais, uma estadual e uma de educação infantil. “Conseguimos atender todos os alunos do entorno, como de Monte Alverne, São Martinho, Saraiva e parte de Linha Seival”, frisa. Complementa voltando o olhar para a saúde. “Somos destaque para os Vales do Rio Pardo e Taquari em várias especialidades médicas há quase um século.” O Hospital Monte Alverne é referência para pacientes da área da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) em atendimentos e tratamentos de problemas de ouvido, nariz e garganta.  A estrutura se completa com o amplo comércio e prestação de serviços, como escritórios de contabilidade, farmácias, revenda de veículos, setor de material e construção, dois postos de combustíveis, turismo rural e serviços de segurança com um posto policial.

Frantz ressalta que a instalação de rede hídrica nas localidades foi grande conquista. “Era um problema antigo. Ainda temos locais sem esse serviço, mas acredito que teremos cobertura total com rede hídrica até o fim do ano.” Outra demanda é o asfalto. “Temos cerca de 350 quilômetros de estradas no interior, e a maioria é de chão batido. Elas exigem manutenção constante. É uma das maiores críticas que recebemos na subprefeitura.”

Hospital quer implantar plantão noturno

Prestes a completar 95 anos, em 1º de julho, o Hospital Beneficente Monte Alverne busca um grande feito para este ano: a implantação de um plantão médico noturno. Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, a administradora da casa de saúde,  Rosângela Mees, disse que o hospital está em tratativas com a Prefeitura de Santa Cruz para concretizar o projeto até o mês de março. “Será um atendimento noturno, das 19 horas às 7 horas, de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana e em feriados, o atendimento será 24 horas.”

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De acordo com ela, novos profissionais deverão ser contratados para realizar o atendimento clínico-geral. “Temos 26 leitos pelo SUS e queremos ampliar a oferta, pois, quando há muitas cirurgias em um único dia, sofremos com a falta de leitos.”

O Hospital Monte Alverne é referência para 62 municípios da região, atingindo cerca de 900 mil pessoas com as especialidades de otorrinolaringologista e reumatologia. O serviço de dermatologia também deve ser implantado, em breve. 

A casa de saúde filantrópica registrou no ano passado 1.797 internações, sendo 82% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A média mensal de procedimentos cirúrgicos ficou em 66. Já o atendimento ambulatorial ficou na média de 7,7 mil por mês. O total de leitos disponíveis é de 35. Recentemente, o hospital foi contemplado com R$ 750 mil pelo governo do Estado. O recurso será investido na compra de equipamentos, como um aparelho de raio-X.

Para chegar ao patamar em que está hoje, o Hospital Monte Alverne ganhou vida com o trabalho do médico suíço Pedro Eggler. Inicialmente, ele instalou uma clínica médica na comunidade, em um prédio pequeno, de dois pisos, com consultórios e quartos. Eggler nasceu em 1886, havia estudado em Londres e estava radicado em Feliz antes de chegar ao Vale do Rio Pardo.

Em virtude do bom atendimento, o médico rapidamente tornou-se conhecido e, por consequência, muito procurado na região. É a razão principal para que em 1929 fosse fundada a Sociedade Beneficente Rio Thal – que, em 1957, deu origem ao Hospital Monte Alverne. Eggler faleceu em 24 de maio de 1947, aos 60 anos. Em sua homenagem, a rua principal da vila leva seu nome.

Em destaque: atualmente, o Hospital Monte Alverne é referência para 62 municípios da região

Colégio atrai alunos de todo distrito

A criação do Colégio Monte Alverne ocorreu em 1939. Inicialmente, o educandário chamava-se Grupo Escolar Monte Alverne. Já as primeiras aulas foram ministradas na casa da Comunidade Evangélica. Pela iniciativa do médico Dr. Pedro Eggler, foi construído o primeiro prédio próprio da escola, que hoje abriga a Biblioteca Monteiro Lobato, a sala de professores e o almoxarifado. A primeira diretora foi Vaniza Maria Motta, entre 1939 e 1942.

Em 1978, o educandário sofreu uma nova reorganização e passou a se chamar de Escola Estadual de 1º Grau Monte Alverne. O nome atual da escola estadual do 3º Distrito foi registrado no ano de 2000, quando passou a chamar-se Colégio Estadual Monte Alverne (Cema). Um diferencial era o Ensino Médio noturno, instalado em 1995. Atualmente, em torno de 300 alunos frequentam o local, que completou 85 anos no dia 7 de janeiro. 

Com o passar do tempo, a instituição de ensino passou a atender alunos em três turnos: manhã, tarde e noite. Mudanças na estrutura construída também ocorreram, inclusive com um prédio de dois pavimentos. A mais recente mudança foi a ampliação do saguão. A atual diretora do Cema é Marcia Redieske.

Festas e futebol são marcas

Uma marca forte das comunidades do interior são as quermesses e os bailes, em especial os que celebram o Colono e Motorista, no feriado municipal de 25 de julho. Em Monte Alverne, a tradição ocorre na Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes. Um local de festas é a Sociedade Esportiva Cultural Monte Alverne (Secma), fundada em 1902; sua estrutura fica na vila e é reconhecida na região pela realização de grandes eventos.

A comunidade também conta com a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que promove festividades. Ela abrange oito comunidades luteranas – uma na sede e sete nas localidades vizinhas. O templo religioso foi construído em 1932.

As localidades que integram o distrito movimentam seus moradores com quermesses. Geralmente as festas costumam ser realizadas no primeiro semestre do ano. Por tradição, elas são realizadas aos domingos e se iniciam com missa, seguida de alvorada festiva, almoço e baile ao longo da tarde e da noite. 

Sociedade Esportiva Cultural Monte Alverne (Secma): ótimas festas

Outra marca forte do 3º Distrito é o futebol. Com a ideia de fomentar a prática do esporte amador na região, representantes dos clubes do interior se reuniram e criaram, em 28 de janeiro de 1978, o Departamento de Futebol Monte Alverne (DFMA). Günder Erineu Bender foi eleito o primeiro presidente da entidade. 

Hoje, o DFMA conta com 32 clubes filiados e é um dos campeonatos de futebol mais antigos do interior do Estado. Neste mês, o departamento comemora 46 anos. Desde a sua fundação, duas mulheres já foram presidentes: Marlise Schulz Grenzel, em 2006, e Berenice Bohnen em 2016 e 2017, que inovou compondo toda a diretoria por mulheres.

A atual diretoria é formada pelo presidente Vitor Bauermann; vice-presidente, Luciano Mueller; tesoureira Juliana Zappe e secretária Betânia Mahl. Neste ano, será realizado o 44o campeonato. De acordo com Betânia, as atividades do esporte se iniciarão no primeiro semestre. Um fardamento novo dos clubes será apresentado no dia 19, durante a festa de lançamento. O DFMA conta com o patrocínio de empresas e apoio da Prefeitura.

Serão cinco clubes que vão disputar a Copa Oral Sin: São José, de Monte Alverne, atual campeão; Monterey, de Linha Antão; Saraiva, de Linha Saraiva; São Martinho, de São Martinho, e  Boa Vista, clube filiado que retorna nesta edição. Durante a noite de lançamento da competição, também haverá a apresentação das candidatas a soberanas. Atualmente, a corte do DFMA é formada pela rainha Camile Rafaela Keller; 1ª princesa Juliana Lagasse e 2ª princesa Tatiana Beier.

Um dos destaques do DFMA é a qualidade dos atletas. São jogadores do Regional Aslivata e Regional do Vale do Rio Pardo 2023 distribuídos entre os cinco clubes. A secretária Betânia enfatiza que, por meio de um levantamento, apurou-se que os atletas são originários de mais de 20 municípios do Estado.

Diretoria DFMA

Sindicato atento aos associados

O Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Santa Cruz possui há duas décadas uma estrutura em Monte Alverne. Desde 2018, o atendimento é prestado em um novo prédio, onde antes funcionava o Hotel e Restaurante Kloh. A entidade reformou a estrutura e preservou ao máximo as características originais.

No local, o sindicato oferece ao associado o mesmo atendimento realizado na matriz, em Santa Cruz. Segundo o presidente, Sérgio Reis, na vila, os sócios têm à disposição serviços de escritório, de odontologia, fisioterapia e massoterapia, além de uma loja agropecuária.

“Todo o nosso sistema é interligado. Em Monte Alverne, também podem ser feitos o encaminhamento da aposentadoria, benefícios e pensões, legalização do ITR e Incra, além de ter uma parceria com instituições bancárias para o encaminhamento do Pronaf”, diz Sérgio.

Desde 2018, o Sindicato atende em novo prédio, onde antes funcionava o Hotel e Restaurante Kloh

Comércio pujante chama atenção

O que chama a atenção de quem visita Monte Alverne é a vasta gama de serviços, com supermercados, restaurantes, açougues, farmácias, papelaria, agropecuária, lojas de confecções e material eletrodoméstico, escritórios e cartórios. Uma estrutura completa para suprir as necessidades do 3º Distrito e da região.

O segmento de alimentos e bebidas é um ponto forte. O Supermercado Gringo tornou-se uma grande referência no setor e atrai clientes de toda a região. Três irmãos são os proprietários do estabelecimento: Maicon, Mateus e Monir Nicaretta. 

Maicon, 36 anos, conta que sua família é natural de Garibaldi, na Serra Gaúcha. “Nosso pai fazia entregas de frutas aqui pela região. Em 2001, decidimos fixar raízes em Monte Alverne. Começamos com uma fruteira.” Ele lembra que o início foi difícil. “Com o tempo, conseguimos conquistar nossos clientes. Em 2011, abrimos nosso supermercado em um prédio maior.” 

Com gama completa de um supermercado, os clientes do Gringo, além da vila, são oriundos do interior de Venâncio Aires, de Linha Brasil, Linha Santa Cruz e outros. “Contamos com 21 colaboradores. Para o futuro, planejamos novos investimentos”, finaliza Nicaretta.

Variedade e bom atendimento: Maicon Nicaretta e seus dois irmãos possuem um supermercado na vila

A loja Só Motos e Automóveis é referência para quem deseja concretizar o sonho de ter um carro ou moto. Neste ano, a revenda de veículos vai completar 30 anos de atuação. Conforme o proprietário Everson Fabiano Bauermann, 46 anos, a história da empresa teve início com uma oficina de bicicletas e motos, na casa de seus pais.

O negócio da família foi crescendo e sendo reconhecido pela população. A progressão da loja ocorreu com a comercialização de motos. “Foi acontecendo, quando vimos já tínhamos um carro modelo Fusca para vender”, conta Bauermann

O avanço da loja teve um importante capítulo em 2001, quando houve a mudança para o novo prédio, localizado na Rua Gustavo Schunke, número 880, próximo ao trevo de acesso a vila. “Iniciamos sem funcionários. Hoje, temos dez colaboradores.”

Para Bauermann, empreender no distrito é muito bom. “Com trabalho digno e honesto, não importa o lugar em que você esteja, terá bons resultados. Aqui é um lugar muito bom de se viver e trabalhar”, afirma.

A Só Motos e Automóveis, hoje com uma loja ampla, iniciou com uma oficina para bicicletas e motos

Boa conversa e cerveja gelada

A calmaria e a praticidade encontradas pela comunidade no comércio local fazem com que quem vai a Monte Alverne também tenha momentos de descontração. Em um bar, na região central, estavam os irmãos Lovani Siebeneichler, 60 anos, e Clécio Verruch, 63 anos. 

Acompanhados de uma garrafa de cerveja, eles batiam um papo descontraído com a música do bar de fundo. “A gente mora a seis quilômetros daqui, em Centro Linha Brasil, já em Venâncio, mas preferimos vir para Monte Alverne, pois somos bem atendidos e conseguimos resolver tudo aqui, como no banco ou na farmácia”, disse o aposentado Clécio, que havia deixado seu carro na oficina, naquele dia.

A também aposentada Lovani contou que aguardava sua filha retornar de Santa Cruz. “Ela foi na cidade fazer as coisas dela. Eu quis ficar esperando aqui, pois posso ver meus amigos e me sinto bem na vila, e já aproveito para resolver minhas coisas.”

Clécio e Lovani, de Centro Linha Brasil, gostam de ir a Monte Alverne

A história guardada com carinho

Uma peculiaridade de Monte Alverne está no galpão do morador Mathias Assmann, 54 anos. Ele, que é proprietário de um posto de combustíveis, também é colecionador de relíquias e restaurador de antiguidades. Com um vasto acervo, entre relógios centenários, aparelhos de televisão antigos, placas, garrafas, canecos, móveis e outros, o empresário preserva um pouco da história de Rio Thal.

Assmann conta que a paixão pelas antiguidades se iniciou com seu pai, com uma coleção de moedas. Há quase 20 anos, muitas peças já entraram para o acervo pessoal. “Eu compro coisas que me interessam, e outras as pessoas me oferecem. Recentemente adquiri um pacote de moedas de São Paulo.” 

A quantidade de itens impressiona quem visita o acervo. “Lembro que investi cerca de R$ 10 mil para ter determinadas moedas. Isso é meu hobby”, destaca Assmann. 

A quantidade de materiais é tão grande que muitas relíquias estão guardadas também dentro de casa. A filha Mathiele Assmann, de 20 anos, ajuda o pai na organização. “Eu passei a gostar do hobby dele e tenho colecionado algumas coisas também, como peças indígenas e fotos antigas do meu avô.”

Estudante de Medicina Veterinária, na Unisc, guarda com carinho antigos diários que seus antepassados escreveram durante a vinda da Alemanha para o Brasil, no período de colonização. “Um está escrito em alemão gótico e foi preservado pelo meu avô.” Nas páginas amareladas, os antepassados contaram sobre como foi a chegada deles na região. Quem quiser conhecer as relíquias da família Assmann precisa fazer um agendamento pelo telefone (51) 9 9922 0192.

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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