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Moda e sustentabilidade, como elas andam juntas?

Na semana passada recebi e-mail de um leitor fazendo questionamentos sobre como a moda pode ser sustentável. Alguns dias depois, assisti novamente um vídeo sobre consumo, produzido pela box 1824 (vale a pena conferir alguns materiais deles) e percebi aí que o assunto renderia um post.

Quando escrevi o texto sobre a faculdade de moda, em que a intenção era fazer as pessoas pensarem e se abrirem pra um curso que enfrenta preconceitos na sociedade, hoje quero novamente trazer indagações. Acredito que temos que aproveitar pra disseminar boas ideias e novas informações e é o que quero fazer já que estou tendo a oportunidade.

Eu sei que é mais forte que nós, que ver aquela blusa linda na vitrine faz a mão coçar, que a gente vê o sapato novo da marca tal e quer usar. Eu sei que ter uma boa imagem é importante, e que pra isso precisamos de boas roupas e alguns acessórios. Sei também que uma roupa nova valoriza que aumenta a autoestima, que nos faz feliz. Mas e quando tudo isso passa do limite? Qual é o limite?

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O mercado da moda segue as regras do capitalismo, e acaba sendo visto como o principal vilão. A indústria da tecnologia também trabalha incessantemente para nos trazer novidades, a automobilística também, mas como falamos de valores maiores, e um prazo um pouco menor, elas saem ilesas, só que o princípio é o mesmo.

Na verdade esse processo começa por nós, nos conscientizando do que é supérfluo e o que é necessário. Mas a indústria também vem tendo atitudes sustentáveis. O slow fashion busca uma redução da produção assim como do consumo. Com ele, surge a valorização do produtor local e das costureiras que são antigas conhecidas nossas.  

Existe um movimento chamado Fashion Revolution, que tem como slogan a frase “Quem fez minhas roupas?” conhecido mundialmente e que tem sua bandeira levantada por inúmeros cursos de moda. O propósito é uma indústria da moda mais transparente, sustentável e ética. 

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Foto: Divulgação

Como fazer nossa parte? Primeiramente reduzindo o consumo, recusando novas compras desnecessárias e repensando essas atitudes consumistas. Devemos saber sobre a marca que consumimos, quais seus princípios e se eles realmente são exercidos. Os brechós são uma ótima alternativa, muitos deles têm roupas novas e valores acessíveis. Há muitas marcas novas no mercado que são da região e são conscientes, buscam materiais alternativos ou ecológicos.

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Quando aquela peça descosturou, caiu o botão, leve na costureira, sempre tem alguma por perto e que vai cobrar um valor camarada pra te ajudar, sem que seja necessário comprar uma nova roupa (para sapateiros vale o mesmo).  

Atualmente há no mercado alguns tecidos ecológicos, que são feitos pensando no meio ambiente e estão ganhando espaço. Por exemplo, a marca brasileira Osklen usa apenas tecidos naturais.

Lembrem de mim quando forem às compras, pensem se é necessidade, observem se há custo benefício, e não comprem jamais produtos de valor excessivo. Uma calça jeans não vale R$ 300,00, isso é um absurdo, um sapato não precisa custar R$ 600,00 e aquela camiseta branca de algodão com logo de 4cm² não vale R$ 200,00. Compre uma roupa, não o logo. Existe sim muito produto de qualidade com valores acessíveis, saiba comprar! Tem muita família que passa o mês com o valor daquela bota que eu espero que você não compre.

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Mas também não venda sua alma para as empresas fast fashion (Renner e lojas parecidas, assim como a famosa Zara) que tem preços baixos, mas péssima qualidade, ou pior, preço baixo e uma produção que explora seus funcionários, não incentive a escravidão.

Moda não é isso, moda é entender o que vale a pena e saber usar as coisas a seu favor, moda não é sinônimo de preço alto e não é porque foi caro que você está bem vestido. 

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Foto: Divulgação

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