Após anos de espera e uma sequência de promessas não cumpridas, a mobilização política por investimentos no Aeroporto Luiz Beck da Silva será retomada. A expectativa é de que o governo federal faça adequações para, a exemplo do que já ocorre em outros municípios do interior do Rio Grande do Sul, o terminal santa-cruzense receber voos comerciais nos próximos anos.
Esta semana, o deputado federal Heitor Schuch (PSB) protocolou junto à Secretaria de Aviação Civil, em Brasília, um pedido para que o aeroporto seja incluído no Plano Aeroviário Nacional, que foi lançado em novembro do ano passado e tem como uma das metas ampliar a aviação comercial no País. A União espera que, até 2025, 200 municípios sejam atendidos por voos regulares. Por enquanto, porém, Santa Cruz não está na lista.
Na ocasião, Schuch conversou diretamente com o secretário Ronei Saggioro Glanzmann e apresentou informações sobre o município, como o fato de ser um polo industrial e educacional, que abriga empresas de perfil exportador e unidades de diversos órgãos federais, e de ser o coração de uma região com mais de 60 municípios e população superior a 1 milhão de pessoas – se considerados, além do Vale do Rio Pardo, também os vales do Taquari e Jacuí-Centro, que se encontram em um raio de 100 quilômetros.
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O Plano Aeroviário Nacional é atualizado a cada dois anos. Se o governo federal for convencido do potencial de Santa Cruz, o Luiz Beck da Silva poderia entrar no rol de aeroportos regionais com voos regulares. Este ano, por exemplo, foram anunciadas seis novas operações no Estado.
Com isso, até o fim de dezembro haverá rotas até Porto Alegre nos municípios de Bagé, Santa Rosa, São Borja, Rio Grande, Santana do Livramento e Passo Fundo. Os voos, em aeronaves com nove assentos para passageiros, serão comercializados pela Gol e operados pela companhia Two Flex. Os investimentos também foram incentivados por um programa do governo estadual que prevê isenção de impostos sobre o querosene de avião.
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Na visão de Schuch, Santa Cruz tem potencial para receber uma modalidade semelhante, que é uma tendência no mercado de aviação. O deputado, inclusive, já foi procurado por executivos de uma companhia que manifestaram intenção em investir no município.
“Há muita novidade nessa área. As grandes aeronaves vão ficar nas capitais e as pequenas vão para os aeroportos regionais abastecer as grandes companhias”, observou. Nos próximos dias, o deputado vai discutir o assunto com o prefeito Telmo Kirst (PSD).
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Ampliação da pista é essencial
De acordo com Heitor Schuch, a ideia é que o governo federal aporte recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil para investimentos na infraestrutura física do terminal. Esta semana, por exemplo, foi anunciada a liberação de R$ 200 milhões para construção do Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, no distrito de Vila Oliva, em Caxias do Sul. Já em outubro, foi autorizada a construção do Aeroporto Internacional das Hortênsias, em Canela, avaliado em R$ 185,7 milhões.
No caso do Luiz Beck da Silva, entre as intervenções consideradas essenciais estão o alargamento da pista de pouso e decolagem, o que permitiria que o terminal passasse a receber aeronaves de maior porte e voos por instrumentos em situações de mau tempo, e o balizamento noturno. Projetos anteriores de revitalização incluíam a implantação de um terminal de passageiros e de um novo pátio de aeronaves, além da construção de uma nova pista de taxiway (via que liga os hangares e o pátio à pista).
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Essa é a terceira vez nos últimos anos que entra em pauta a possibilidade de o Vale do Rio Pardo receber rotas aéreas comerciais. Em 2011, a antiga companhia NHT (atual Brava Linhas Aéreas) manifestou interesse em implantar uma linha diária entre Santa Cruz e Porto Alegre. A empresa, entretanto, exigiu um volume de venda prévia de passagens para dar início à operação e não conseguiu atrair o interesse de consumidores, o que fez com que o projeto fosse descartado no ano seguinte.
Já em 2012, o Aeroporto Luiz Beck da Silva chegou a ser incluído no Plano de Investimento em Logística (PIL), elaborado pelo governo federal. Nessa época, estudos preliminares junto ao terminal chegaram a ser realizados. No entanto, a obra jamais foi licitada porque, em consequência da crise econômica e agravamento da situação fiscal do País, a maior parte do plano não chegou a sair do papel.
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