Uma manifestação em forma de passeata pacífica foi realizada na manhã desta sexta-feira, 22 de março, em Sobradinho, na região Centro Serra. O objetivo do ato foi chamar a atenção do Governo do Estado e do Comando da Brigada Militar, ressaltando a importância da manutenção da 5ª Companhia da BM, com sede em Sobradinho e abrangência em nove municípios. Com a decisão pela extinção, a mesma passa a ser um Pelotão vinculado à 4ª Companhia de Candelária. Conforme lideranças presentes na passeata, a alteração não teria sido efetivada ainda, uma vez que há algumas semanas a região está mobilizada em audiências buscando pela reversão da mesma.
Lideranças políticas, representantes de entidades, instituições, comércio, indústrias e serviços, escolas e comunidade em geral, dos municípios da região Centro Serra abrangidos pela 5ª Companhia da Brigada Militar, se reuniram na passeata. O movimento se concentrou em frente à Igreja Matriz e percorreu a Avenida João Antônio encerrando em frente à sede da Companhia em Sobradinho, onde autoridades e representantes da organização do movimento fizeram seus pronunciamentos em prol da permanência da Companhia.
Já durante a tarde, o movimento previa o bloqueio de trevo de acesso ao município de Sobradinho, por um período de 30 minutos. Membros da mobilização chegaram a se concentrar próximo ao trevo de saída para Passa Sete, mas não houve o fechamento da rodovia, sendo realizado um trancamento junto ao pórtico de acesso na entrada da cidade, liberado na sequência. “A expectativa do movimento em si é que tenha visibilidade do Governo do Estado e pelo Comando da Brigada Militar, e que analisem tudo que aconteceu hoje durante o dia e tudo o que foi falado nas reuniões que antecederam, e voltem atrás, porque é uma coisa que é plausível, salutar para a região, que sabe da importância da Companhia e da Brigada Militar aqui”, destaca João Antonio Cides, presidente do Clube Pró-Segurança Pública de Sobradinho (Consepro), também representante do Lions Clube e Apae.
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Entre os pontos levantados pelo movimento para manutenção da Companhia, está a abrangência da mesma, seja em número populacional como em área territorial, como a dificuldade de acesso à serra, com municípios da região sem acesso asfáltico; bem como por abrigar um presídio, duas Comarcas, três Varas Judiciais, três Promotorias, duas Defensorias Públicas e duas Delegacias de Polícia, entre outros.
Uma audiência foi realizada em Porto Alegre na tarde desta quinta-feira, dia 21, junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado. Na ocasião estiveram presentes prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, representantes de entidades e instituições da região Centro Serra, bem como o presidente da Assembleia Legislativa gaúcha, deputado Adolfo Brito, o secretário adjunto da Segurança Pública, coronel Mário Ikeda, e representante do Gabinete do vice-governador. Na ocasião foram expostos os argumentos pela solicitação da manutenção da 5ª Companhia em Sobradinho, abrindo diálogo, o que foi ouvido pelos representantes do Governo e os dados apresentados deverão ser levados ao Comando da Brigada Militar para reavaliação, mas ainda sem decisão, de acordo com os presentes.
O presidente da Associação dos Municípios do Centro Serra (AMCSerra) e prefeito de Arroio do Tigre, Marciano Ravanello, em entrevista à Gazeta, destacou que a região foi surpreendida com a decisão pelo rebaixamento da 5ª Companhia e, devido a isso, a mesma começou a se mobilizar buscando chamar a atenção do governo para rever os critérios que levaram a essa decisão. De acordo com ele, a região não concorda com o fechamento de uma Companhia com maior número de municípios e de população, enquanto Companhias menores permanecem ativas. “Ontem (na reunião) a gente não teve uma resolução concreta, apenas está suspensa ainda a execução da medida já tomada, mas a gente quer uma resolução definitiva, se vai permanecer ou não vai, porque a região não pode ficar nessa agonia, isso dá uma sensação de insegurança para nossa comunidade, e nós não concordamos com isso”, ressaltou Ravanello.
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Para o prefeito de Sobradinho, Armando Mayerhofer, o resultado da mobilização desta sexta-feira é positivo. “Nós queríamos realmente chamar atenção das autoridades para que ouvissem o nosso pleito. Nós tivemos uma grande manifestação na parte da manhã e pretendíamos fazer também essa manifestação no trevo, com o fechamento temporário da rodovia, mas fomos orientados pela Polícia Rodoviária de que não fosse possível, e a gente também não quer criar nenhum tipo de problema, somente que cada vez mais nosso movimento seja legítimo. Então houve uma concentração no acesso da cidade, e com certeza quem passou aqui se deu conta desse movimento, que é uma forma da gente demonstrar nossa indignação pelo fechamento da 5ª Companhia. A gente teve uma boa participação da comunidade regional, estiveram prefeitos, vice-prefeitos, secretários, vereadores, a comunidade presente para também aqui na rodovia demonstrar essa nossa indignação e a força que a gente tem na região quando a gente busca ter atendidos nossos pleitos. Acho que o movimento, tanto na parte da manhã como na tarde, atingiu totalmente seu objetivo, e nós temos absoluta certeza de que o Governo Estadual vai nos olhar diferente a partir do dia de hoje”, frisou Mayerhofer.
Segundo os prefeitos, há também a possibilidade de esse protesto pacífico ser levado ao Palácio Piratini, caso se veja necessidade, a partir da falta de resposta ou de decisão pela extinção. “Na reunião que tivemos com o secretário adjunto foi nos colocado de que as nossas ponderações vão ser reanalisadas e nós vamos ter uma resposta, pela manutenção ou pela extinção. Se caso vier uma resposta pela extinção, nós vamos continuar o movimento e, se for preciso, vamos até a frente do Palácio Piratini demonstrar a nossa inconformidade com essa decisão, e vamos levar a população até Porto Alegre. Se não bastou a gente fazer esse grande movimento no dia de hoje, nós vamos atuar de uma forma muito mais forte ainda na frente do Palácio do Governo, para que realmente nós sejamos ouvidos, porque se tomou uma decisão sem discutir com ninguém. Nós imaginávamos, no mínimo, que essa decisão deveria ter sido discutida junto à nossa associação de municípios (AMCSerra), com as entidades representativas, mas simplesmente houve uma determinação pela extinção sem que nós tivéssemos conhecimento, então foi todo mundo pego de surpresa. Vamos buscar todas as formas que nós temos para poder reverter essa decisão”, acrescentou Mayerhofer.
A presidente do CPM da Escola Estadual de Educação Básica Padre Benjamim Copetti, servidora pública e uma das representantes da organização da mobilização, Ana Paula Scheuermann, ressaltou que se tem conhecimento que desde o dia 31 de janeiro foi publicado o ato que regulamentou a nova organização da Brigada Militar, “e uma das reorganizações seria a extinção e rebaixamento da 5ª Companhia para Pelotão”. De acordo com ela, essa apenas ainda não foi executada por conta das tentativas da região de levar à insatisfação ao Comando da Brigada Militar.
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Quanto ao que foi tratado na última reunião, Ana comenta que tanto lideranças como representantes da sociedade civil expuseram dados e preocupação, sendo apenas ouvidos, mas sem um resultado. “Nós vimos que com o diálogo da forma que estávamos levando, eles não estavam considerando o Centro Serra como uma microrregião, com a importância que tem, eles levaram a situação a um ponto em que se fez necessário se manifestar de outra forma, que é a pressão popular nas ruas. Então essa manifestação é fruto única e exclusivamente da falta de respostas vindas do Comando para que isso seja revisto. É nossa tentativa de mostrar a população, que somos importantes e que a gente não vai deixar isso acontecer”, reforça.
Em audiência na Assembleia Legislativa gaúcha, em 21 de fevereiro, tendo a mediação do presidente do Parlamento, deputado Adolfo Brito, reuniram-se representantes do Comando da Brigada Militar, o líder de Governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes, e uma comitiva da região Centro Serra composta por prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretário e representantes da sociedade civil, para encaminhamentos e possíveis soluções acerca das rearticulações que envolvem Regionais Integradas de Segurança Pública (RISP), entre elas a 5ª Companhia da Brigada Militar, sediada em Sobradinho e com abrangência em nove municípios.
Na ocasião, as lideranças da região se manifestaram pela manutenção da 5ª Companhia da BM, pedindo pela revogação da decisão de rebaixamento da mesma, que passaria a compor um Pelotão da 4ª Companhia, sediada em Candelária.
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