O novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, avisou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira, 18, que, em caso de vazamento de informações, a equipe da Polícia Federal que atua nas investigações da Operação Lava Jato será totalmente substituída.
“Cheirou vazamento de investigação por um agente nosso, a equipe será trocada, toda. Não preciso ter prova. A Polícia Federal está sob nossa supervisão”, afirmou o ministro. Aragão nega a intenção de influenciar na Operação, da qual a PF é a peça central.
O ministro entende como “extorsão” o método utilizado para que as delações premiadas sejam negociadas na Lava Jato, e minimizou as declarações do ex-presidente Lula, em uma escuta telefônica, afirmando que ele deveria ter “pulso firme” no ministério.
Publicidade
Durante a entrevista, Aragão foi questionado sobre sua ligação com petistas e sobre os rumores de que havia sido escolhido para poder atuar nas investigações a favor do governo. “Não vou atuar para barrar a Operação, de jeito nenhum. Não tenho essa prerrogativa, essa competência”, disse.
Eugênio Aragão advogou para o Sigmaringa Seixas, ex-deputado do PT, nos anos de 1983 e 1984. Além disso, se diz amigo do ex-presidente do partido e condenado no mensalão, José Genoino. “Também tenho amizade com gente de outros partidos. Considero-me amigo do deputado Carlos Sampaio (PSDB=SP), promotor de Justiça”, detalhou.
Em relação às conversas com a presidente Dilma, o ministro comentou que a chefe do Executivo nacional conhece suas convicções. “Ela sabe minhas posições. Só me pediu apoio dentro do ministério. Um dos problemas estratégicos é a questão do vazamento de informações, que alguns dizem que são seletivos. Não podemos tolerar seletividade”, acrescentou.
Publicidade
This website uses cookies.