Relator do processo que analisa as contas do governo federal em 2014 no Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Augusto Nardes cedeu entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta quinta-feira, 8, e falou sobre os resultados das investigações. Conforme o ministro, houve muitas irregularidades nos documentos analisados, que vão desde as famosas “pedaladas fiscais” até a utilização ilegal de valores.
“Dinheiro de bancos como a Caixa Federal e o Banco do Brasil era utilizado para pagar programas do governo. A lei não permite isso, mesmo que tu sejas presidente ou governador de um estado”, explicou Nardes. O ministro afirmou que foi possível constatar a utilização de bilhões de reais nestes esquemas. “Não se pode gastar mais do que se arrecada. Agora aumental luz, água e outros valores e quem vai pagar é o povo”, acrescentou.
Sobre as consequências do governo após a análise, Nardes reforçou que quando as contas não são aprovadas, há uma punição de oito anos de inegibilidade por parte do responsável pelas irregularidades. “Não posso falar em impeachment porque não cabe a mim analisar”, disse. Já em relação aos outros problemas encontrados na investigação, ele também citou que houve retirada do dinheiro destinado ao Fundo de Garantia dos trabalhadores sem autorização. “É muita coisa que acontece e prejudica o cidadão”, opinou.
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Durante o processo de análise, Augusto Nardes relatou que chegou a sofrer ameaças de pessoas com opiniões contrárias. “‘Vou acabar com você’ foi uma das coisas que ouvi. Mas também teve muita gente me apoiando”, contou. Nas redes sociais, houve uma divisão: os que apoiavam Nardes encheram timelines com mensagens de conforto e apoio, enquanto que a oposição destilou sua contrariedade na mesma proporção. “Findo aqui minha missão, cumpri meu papel. O que interessa pra mim é a sociedade, o Brasil está acima de qualquer questão”, finalizou o miistro.
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