O Ministério Público de Santa Cruz vai investigar denúncias de assédio moral de servidoras da Secretaria Municipal de Saúde contra um gestor da pasta. O caso, que já motivou uma sindicância na Prefeitura e pelo menos três registros de ocorrência na Polícia Civil, foi tornado público pela vereadora Nicole Weber (PTB) na sessão desta segunda-feira, 15, da Câmara.
Nicole afirmou que o acusado, que é funcionário de carreira mas possui função gratificada (FG), constrange mulheres no exercício de suas funções. Dentre as vítimas, estariam três médicas, incluindo duas pediatras que atuavam no Centro Materno-Infantil (Cemai) e uma médica do trabalho. Ao menos duas teriam se exonerado do serviço público em função das agressões.
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Conforme Nicole, os relatos indicam um comportamento abusivo por parte do gestor, o que incluiria ataques verbais, ofensas e ameaças. Em uma ocasião, conforme as denúncias citadas pela petebista, consta que ele teria sido contido para não agredir fisicamente uma profissional. A parlamentar sugeriu, inclusive, que a situação estaria por trás da dificuldade da secretaria em contratar pediatras, o que nos últimos meses gerou reclamações de demora no atendimento no Cemai.
Procurada, a Secretaria de Saúde confirmou que o funcionário em questão foi alvo de uma sindicância aberta ainda durante o governo Telmo Kirst e que foi concluída no ano passado, já na gestão Helena Hermany, mas que as acusações não teriam sido comprovadas. De acordo com Nicole, porém, as denúncias que chegaram ao gabinete dela envolvem fatos recentes – um dos BOs foi registrado em abril e outro nas últimas semanas – e existem provas materiais dos assédios, incluindo uma gravação telefônica.
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Nicole pediu o afastamento do servidor. “Não adianta criar Coordenadoria da Mulher se temos um predador dentro da Prefeitura”, disse. Integrantes do Conselho Municipal da Mulher estiveram no plenário para acompanhar o pronunciamento.
O promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, afirmou que ainda não teve acesso às provas e que, após as apurações iniciais, se houver indícios de ilegalidade ou improbidade administrativa, será instaurado um inquérito civil.
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“Faço questão que seja investigado”, diz secretária sobre acusação de assédio
À Gazeta do Sul, a secretária municipal de Saúde, Daniela Dumke, disse que tomou conhecimento das denúncias ao ser procurada pela vereadora Nicole Weber na última quinta-feira, 11, e que, na manhã de sexta-feira, 12, solicitou esclarecimentos à Secretaria de Administração, por meio de um memorando. Segundo Daniela, até então nenhum relato havia chegado até ela, que também disse ignorar que alguma exoneração tenha ocorrido em função de assédio moral.
Ainda assim, a secretária disse considerar “graves” as denúncias. “Faço questão que isso seja investigado, pois não compactuamos com esse tipo de postura”, assegurou. Conforme ela, a tendência é que uma nova sindicância seja aberta.
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Logo após o pronunciamento de Nicole, o líder de governo Henrique Hermany (Progressistas) subiu à tribuna e pediu cautela em relação ao assunto. Embora o nome do acusado não tenha sido citado pela parlamentar, Henrique afirmou que ele “tem família e uma história de trabalho de décadas pela saúde pública”. “Temos que ter muita cautela para não atirar reputações assim no ar”, falou.
A vereadora Bruna Molz (Republicanos), que integra a base governista, também pediu que o assunto seja apurado. “A secretária é mulher, a prefeita é mulher e, se essas provas existem, tenho certeza que esse governo não vai deixar isso passar em branco”, falou.
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