Lançado há pouco menos de um mês, o programa Vigilância Colaborativa já conta com dez câmeras. Os equipamentos pertencem a empresas privadas, que toparam disponibilizar as imagens captadas para os órgãos de segurança pública de Santa Cruz do Sul. Além da possibilidade de acesso em tempo real, as imagens ficam à disposição da polícia por sete dias e podem ser utilizadas para embasar investigações de crimes ocorridos no município.
Para o promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, que participou da criação do programa junto ao Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), o projeto é revolucionário. “Ele tem uma potencialidade enorme, porque alia o que há de mais moderno em termos de tecnologia com uma sinergia entre o setor privado e público, e faz tudo isso sem qualquer necessidade de gasto de verba pública”, frisa.
Além de incentivar outras empresas e órgãos públicos a aderirem à Vigilância Colaborativa, Barin enviou um pedido ao Judiciário para destinar R$ 69 mil, fruto de uma ação civil pública, para a locação de câmeras no âmbito do projeto. A indicação deve ser formalizada na próxima reunião do GGIM.
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“O Judiciário deve concordar, pois é uma ação da nossa Promotoria contra estabelecimento que gera poluição sonora. Com a concordância, irei reunir o GGIM, Assemp e Cindapa, mais autoridades de segurança pública, para definirmos os locais de instalação das câmeras”, detalhou.
Segundo o promotor, pelo menos 70 equipamentos devem ser alugadas junto à Cindapa para instalação em locais estratégicos. A locação de câmeras custa R$ 79,90 por mês. Já para os empresários que possuem as câmeras, o custo mensal de adesão ao programa é de R$ 59,90.
“Gostaríamos que a ideia tomasse corpo a partir das empresas e órgãos públicos. Estamos estudando alguns incentivos também, como desconto no IPTU para prédios privados em que houver a adesão de pelo menos duas câmeras”, comentou.
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Além de contribuir para a segurança pública, conforme o promotor, as empresas que participam do programa garantem mais proteção para seus estabelecimento. “Estamos frisando principalmente nas empresas, mas o cidadão também pode aderir. A ideia não é que as pessoas sejam chamadas a pagar mais um valor pela segurança, mas para aqueles que quiserem será ótimo, porque vão contribuir com a segurança pública e fomentar sua segurança privada.”
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Moradores também estão se mobilizando
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No Bairro Goiás, o líder comunitário Jeferson Peres da Silva está convocando os moradores para participar do programa. Ele acompanhou a apresentação do projeto na Câmara de Vereadores, na última terça-feira, e agora busca apoio para instalar câmeras em algumas esquinas do bairro.
“A ideia é instalar uma em cada esquina e dividir os valores com a rua toda, o que vai tornar o custo quase irrisório. Achei o projeto bem viável e nos chama a atenção a privacidade, porque só as forças de segurança vão ter acesso às imagens.”
“Queremos tentar começar a instalação ainda este ano, já que muita gente vai para a praia nessa época e as casas ficam sozinhas”, ressalta Jeferson. Mesmo sem contar com uma associação, os moradores do Bairro Goiás vêm se articulando pelo WhatsApp para falar de segurança pública.
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A iniciativa começou no início deste ano, quando uma série de furtos em residências foi registrada na vizinhança. Em março, a Gazeta do Sul publicou uma reportagem a respeito da situação.
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