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Ministério da Saúde planeja oferecer cloroquina em ‘Dia D’ contra Covid-19

O Ministério da Saúde vai realizar um “Dia D” de enfrentamento à Covid-19 em 3 de outubro, abrindo Unidades Básicas de Saúde (UBS) para passar orientações sobre o “tratamento precoce” e medicar pacientes.

Até esta data, a pasta planeja uma série de ações, entre elas levantar estoques e turbinar a distribuição de medicamentos do chamado kit Covid-19 no País, que reúne cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina. Não há eficácia científica comprovada sobre o uso dessas drogas contra a doença.

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Para ‘bombar’ o evento, o Ministério espera que o presidente Jair Bolsonaro trate do tema durante a live semanal nas redes sociais, no próximo dia 1º. Na sexta-feira, 2, véspera do “Dia D”, o presidente ainda faria um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para divulgar o evento.

O planejamento do “Dia D” foi apresentado em reuniões internas durante a semana, apurou o Estadão com fontes do governo. Participa da organização o empresário Carlos Wizard, fundador da rede Wizard de escolas de inglês. Ele chegou a ser cotado ao cargo de secretário do Ministério da Saúde, mas recebeu veto de Bolsonaro.

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O Ministério ainda pretende colocar cartazes sobre a campanha em unidades de saúde, além de locais de alta circulação, como aeroportos, shoppings, academias e restaurantes. Uma camisa com o slogan do “Dia D”, ainda não anunciado, deve ser feita pelos organizadores, além de máscaras personalizadas.

Sem dar detalhes, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, divulgou o evento na quinta-feira, 24, durante reunião com gestores de Estados e municípios. “É um esforço nacional que o SUS está fazendo para divulgar melhores práticas, para que possamos salvar mais vidas”, disse. Pazuello afirmou que há “pessoas sendo iludidas no País” sobre o tratamento. “Até hoje você encontra cartazes dizendo: está com Covid, fique em casa até ter falta de ar.”

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O Ministério da Saúde e gestores de Estados e municípios concordam que o diagnóstico e tratamento célere podem reduzir chances de que o quadro da Covid-19 se agrave. Mas o governo Bolsonaro defende que a base do tratamento seja o uso do chamado kit Covid, opinião distinta a de diversos secretários locais, que se utilizam de informações científicas para a tomada de decisão.

Por divergências com Bolsonaro sobre prescrição desses medicamentos, dois ministros da Saúde deixaram o governo: Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Nelson Teich. Na gestão Pazuello, o ministério passou a orientar o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina, associadas ao antibiótico azitromicina, desde o primeiro dia da doença.

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Os estoques de cloroquina feitos pelo Laboratório do Exército e Fiocruz para a Covid-19 já se esgotaram. O ministério agora tenta distribuir os 2 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina que recebeu de doação do governo dos Estados Unidos. O produto, no entanto, foi enviado em embalagens com cem unidades e precisa ser fracionado. Essa operação tem sido bancada por Estados e municípios que pedem para receber a droga.

Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que as ações do “Dia D” ainda estão sendo planejadas. O Palácio do Planato declarou que não há previsão de pronunciamento de Bolsonaro em rede nacional.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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