A cantora Claudia Leitte foi autorizada pelo Ministério da Cultura a receber R$ 356 mil para publicar sua biografia. O recurso seria oriundo da Lei Rouanet, que institui políticas públicas para a cultura nacional. Porém, o anúncio do repasse foi feito seis dias antes de o Tribunal de Contas da União decidir proibir que recursos incentivados pela legislação fossem destinados a projetos culturais com fins lucrativos.
Apesar de ainda não ter entrado em vigor, a decisão do TCU aprovada no dia 3 de fevereiro procura evitar que projetos que teriam condições de se bancar sozinhos utilizem recursos públicos. Claudia pediu os recursos para publicar mais de 2 mil exemplares de um livro que teria uma “entrevista exclusiva”, fotografias, letras e partituras.
Inicialmente, a empresa Ciel Empreendimentos Artísticos, da própria cantora, havia pedido R$ 540 mil ao Ministério para financiar o projeto. Entretanto, o governo autorizou, no dia 28 de janeiro, a captação de R$ 356 mil. Segundo a justificativa para pedir os valores, a obra teria um “impacto cultural positivo” e seria distribuída de forma gratuita.
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Todavia, ainda de acordo com o projeto de Claudia, pouco mais da metade dos exemplares chegaria de fato ao público, já que 900 deles seriam destinados a patrocinadores, imprensa e bibliotecas. Ao ser procurada pela Folha de S. Paulo, a empresa da cantora disse, em nota, que soube da aprovação na última terça-feira, 16, através de reportagens veiculadas na imprensa. Ela adiantou, também, que “repudia notícias maldosas que sugerem que Claudia Leitte se beneficia de incentivos fiscais e informa, ainda, que o projeto já estava abortado e será arquivado no MinC”.
Internautas criam campanha contra a cantora
Logo após a divulgação da notícia, diversos internautas se mobilizaram contra Claudia Leitte. Imagens contra a utilização dos recursos para a elaboração da biografia da cantora. Uma delas chegou a ter mais de 42 mil compartilhamentos. Além disso, a fanpage da artista ficou cheia de questionamentos sobre a intenção de usar a Lei Rouanet para a realização do livro.
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Mesmo com a liberação dos recursos, o projeto, conforme nota da assessoria de Claudia, foi cancelado. O MinC também chegou a se manifestar sobre o caso. Através da nota, publicada em seu site, o Ministério afirmou que o projeto do livro “tramitou regularmente” e que os critérios “não poderão ser objeto de apreciação subjetiva quanto ao seu valor artístico ou cultural”.
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