O Ministério da Reconstrução, criado no embalo das consequências da maior enchente da história do Rio Grande do Sul, está com os dias contados. Em breve, o titular da pasta, o gaúcho de Santa Maria e deputado federal do PT, Paulo Pimenta, voltará para Brasília. Lá ele comanda a Secretaria de Comunicação, segmento fundamental em qualquer país e que, por isso, deveria ter um ministério próprio. Mas isso é outro assunto. Afinal, se dependesse desse aspecto, o Brasil seria uma Suíça. Afinal, sustentamos 39 ministérios, muitos inoperantes. É um recorde histórico.
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O Ministério da Reconstrução foi criado, entre outros objetivos, para agilizar as medidas urgentes para amenizar o sofrimento de milhões de gaúchos. Mais de cem dias depois, se impõe fazer uma análise criteriosa para aferir a eficiência da repartição criada com pompa e circunstância. A partir do anúncio de instalação, dezenas de pessoas foram nomeadas, através de cargos de confiança (os famosos CCs), cuja eficácia e experiência no assunto foram bastante questionadas.
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O cálculo normal, do tipo “custo x benefício”, da criação desse ministério deve ser feito em cada um dos municípios gaúchos assolados pelas enchentes. Foram gastos vultosos recursos com voos de autoridades de Brasília para o Rio Grande do Sul. Os factoides políticos renderam muitas fotos, vídeos e postagem em redes sociais oficiais do governo federal. Em Arroio do Meio, viralizou um vídeo onde o presidente caminhava entre escombros com gestos ensaiados para um vídeo oficial.
A revoada de aviões e helicópteros gerou polpudas diárias para assessores trazidos ao nosso Estado. Além disso, gastou-se uma fortuna em publicidade, fazendo parecer que socorrer pessoas que perderam tudo não seja obrigação de pessoas eleitas. Elas foram eleitas exatamente para trabalhar para todos os que pagam pesados impostos, para que prestem socorro em caso de emergência. Como exatamente aconteceu no Rio Grande do Sul.
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No Vale do Taquari, a construção de residências é uma ofensa aos atingidos. Seria cômico, se não fosse trágico, lembrar que o presidente da república veio cinco vezes ao Estado. Em todas prometeu “uma casinha para cada um”…
Os empresários, cuja carga tributária e obrigações trabalhistas só aumenta, reergueram pontes, entregaram casas (definitivas e dignas), consertaram estradas, organizaram campanhas e a duras penas mantiveram empregos e continuam pagando tributos. Já a população, por meio de igrejas, clubes de serviços, entidades de todo tipo e iniciativas individuais, deu aulas diárias de solidariedade, respeito, agilidade, comprometimento e empatia verdadeira. Sem demagogia ou pieguice.
Perdeu-se mais uma oportunidade de mostrar que a carga tributária, injusta e obsoleta, serve para atender nossas necessidades. Muito discurso, pouca ação e responsabilidade social com os gaúchos.
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