Regional

Microclimas da região são propícios para a diversificação

Um dos assuntos que pautam a disputa eleitoral, em especial a busca pelo Palácio do Planalto, é a induzida dicotomia agronegócio x meio ambiente. A conclusão a que se chega é que existe a possibilidade de produzir mais e melhor no mesmo espaço, reduzindo, assim, a ampliação dos danos à natureza que a produção rural pode vir a causar.

Com auxílio técnico, as propriedades podem, portanto, ampliar a rentabilidade e oferecer melhores resultados para quem produz. É bom para o setor e é interessante para quem vive do setor primário, além de um incentivo para que o êxodo seja freado, ampliando as vantagens para que a sucessão da gestão.

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Um dos mecanismos para incrementar a renda, em especial, no caso das pequenas propriedades, que é uma característica da maior parte dos municípios da região, é a diversificação. De acordo com o extensionista da Emater Marcelo Cassol, o Vale é propício para a múltipla cultura, pois tem os mais distintos relevos e, consequentemente, microclimas. “Isso inclui desde a atividade voltada à olericultura e fruticultura, como a produção de animal”, cita.

Essa viabilidade climática e de solo faz com que ocorra a diversidade de fontes de renda. “Para quem faz uma boa gestão esse até não é um problema, mas para uma boa parte essa única entrada de receita causa desequilíbrio financeiro”, frisa Cassol.

Ampliar o leque de produtos que podem sair da propriedade é mais do que um benefício econômico. O extensionista reforça que a diversidade produtiva traz inúmeros benefícios não somente para o solo, mas ao equilíbrio da biodiversidade. “No que diz respeito ao solo, as espécies têm estrutura de raízes que atuam de diferentes maneiras, algumas com potenciais de fixar nitrogênio, outras com capacidades de atuar como um arado natural, quebrando camadas compactadas e contribuindo na estruturação do solo”, explica.

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Como funciona

O acompanhamento técnico para conseguir bons resultados em uma propriedade é fundamental. Contar, por exemplo, com profissionais como os engenheiros agrônomos e instituições como a Emater pode ser fundamental para se obter bons resultados.

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Na região, por exemplo, existe uma sucessão de culturas, em especial quando se trata de quem produz tabaco. Na resteva, milho ou feijão ocupam o espaço. São culturas atreladas à necessidade de manter a produção de subsistência e aproveitar a alta carga de fertilizantes utilizada na cultura do tabaco, que fica disponível para uma produção na sequência, o que baixa o custo para o produtor.

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Assim, é preciso a orientação para a obtenção de resultados. “A tendência é apresentar resultados positivos, quando possui mão de obra disponível para atender à necessidade das culturas ou produção instaladas, quando há demanda, não conflitando com práticas culturais concomitantes”, aponta Cassol, alertando para a possibilidade de uma delas ficar em segundo plano.

Os melhores resultados, reforça, são possíveis quando há foco em distribuir atividades ou responsabilidades dentro da propriedade para que haja otimização dos recursos disponíveis e, com isso, ocorra geração de renda constante para a família.

Como o mercado responde

Muitos produtores usam o recurso da integração. Assim, garantem a venda da safra para a empresa a que estão atrelados. Diversificar é bom para o solo, para a biodiversidade e pode ampliar a rentabilidade, mas é preciso estar atento se há espaço no mercado para a comercialização.

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Cassol reforça que o maior contratempo, quanto à diversificação, está ligado ao mercado. “O entrave está relacionado com a garantia de venda. Devido a isso, os produtores são mais receosos a buscar uma diversificação, visto que alguns cultivares têm a valorização na oferta e procura. Isso torna muito volátil essa remuneração, pois quando há muita oferta o valor é baixo e vice-versa, sem contar a dificuldade de entrar em alguns mercados para realizar a comercialização devido ao baixo volume de produção”, alerta.

Mesmo diante dessa situação, existe nas pequenas propriedades a tendência para o melhor aproveitamento da área, mesmo diante da ampliação da procura pela produção de commodities, como soja, em áreas que possibilitem o seu cultivo.

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Guilherme Bica

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