Continuar agregando tecnologia aos efetivos é uma das metas da Brigada Militar da região para o ano que começa na próxima quarta-feira. Aliar recursos tecnológicos com a segurança pública tem sido um dos motes do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP) nos últimos anos, e uma das estratégias responsáveis por reduzir cinco dos oito principais índices de criminalidade medidos pela instituição desde 2016.
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Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, 27, o comandante do CRPO/VRP, coronel Valmir José dos Reis, falou desses números e das perspectivas da BM para 2020. De acordo com o relatório apresentado pelo comandante, o número de homicídios na região caiu de 114 em 2016 para 80 em 2019. Os roubos de veículo baixaram de 127 para 90 no mesmo período, enquanto os roubos a pedestre caíram de 575 em 2017 para 501 em 2019. Os roubos à residência, por sua vez, foram de 159 em 2016 para 89 em 2019. Já os roubos a estabelecimento comercial, financeiro e de ensino caíram de 309, em 2016, para 201 este ano. Ocorrências de roubo a transporte público foram 37 em 2016 contra 20 em 2019.
Conforme o coronel, os furtos abigeatos foram um dos delitos que mais apresentaram redução nos últimos quatro anos, com 668 ocorrências em 2016 contra 363 em 2019. A queda, segundo Reis, se deve principalmente ao trabalho realizado pelas Patrulhas Comunitárias do Interior (PCI), que hoje contam com 20 viaturas equipadas com dois policiais cada. “É um setor que vamos continuar investindo, porque temos quase 40% da nossa população no interior e aqui na nossa região essa população não fica esquecida”, frisou.
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Os crimes que mais preocupam
Apesar da redução a longo prazo, alguns crimes tiveram aumento do ano passado para cá, dentre eles o roubo a pedestre, que subiu de 423 para 501. O mesmo aconteceu com o furto de veículos, que aumentou de 646 para 673 e foi citado pelo coronel como um dos delitos que deve receber atenção especial em 2020. “É um crime que nos preocupa bastante, e embora se consiga recuperar a grande maioria, temos uma lei branda para os furtos. Dessa forma, quem comete esses crimes são sempre as mesmas pessoas, porque não ficam presas, e nós precisamos continuar dando uma resposta a esses delitos”, frisou.
O que a região já tem
Auto-patrol e auto-guardian – Desenvolvido pela Kopp Tecnologia, o auto-patrol é um sistema de giroflex inteligente que conta com câmeras de reconhecimento de placas de veículos e foi cedido as viaturas da BM e da Polícia Civil este ano. Já o auto-guardian é um totem de monitoramento, com câmeras de reconhecimento facial e botão de pânico, instalado no Centro de Vera Cruz.
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Videomonitoramento – Com 44 câmera em diversos pontos somente em Santa Cruz, o videomonitoramento das ruas é uma das principais ferramentas da BM no combate ao crime. Os equipamentos são controlados a partir do Centro Integrado de Operações Policiais e Emergências (CIOPE), que integra ainda Guarda Municipal, Susepe e Polícia Civil. Este ano a região recebeu R$ 4 milhões para ampliar o videomonitoramento. O valor é fruto de emendas parlamentares da bancada gaúcha somadas a uma contrapartida da Secretaria de Segurança Pública e vai permitir a implantação de 44 pontos de cercamento (com duas câmeras cada) e outros 34 de videomonitoramento (cada um com uma câmera) na região, além da criação de salas de comando. O investimento vai contemplar Santa Cruz, Candelária, Encruzilhada do Sul, Pantano Grande, Rio Pardo, Sobradinho, Venâncio Aires e Vera Cruz.
Cercamento eletrônico – Diferente do videomonitoramento, o cercamento eletrônico consiste na instalação de câmeras nas entradas e saídas dos municípios, programadas para flagrar situações específicas, como veículos furtados ou pessoas suspeitas com determinadas características. Essas câmeras são uma das apostas do Estado para frear os casos de roubo e furto de veículos, já que podem ser programadas para fazer a leitura das placas de motos e carros e apontar irregularidades. A aparelhagem das cidades começou no último dia 9 e deve ser concluída até o fim de janeiro.
Vigilância colaborativa – Para ampliar o alcance do videomonitorameto, também foi lançado esse ano o programa de vigilância colaborativa, que permite a empresas e pessoas físicas cederam as imagens de suas câmeras de segurança para a polícia. Cerca de 10 câmeras já estão integrando o programa.
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Base móvel comunitária – No início desse mês, a BM colocou nas ruas de Santa Cruz a base móvel comunitária, um ônibus equipado com os sistemas digitais da BM, câmeras de segurança e recursos para registro de ocorrência, que vai atuar nas áreas de maior movimento do município, onde a maior parte dos crimes acontece. Ela está disposta na Praça Getúlio Vargas, onde fica por três meses, pelo menos duas vezes por semana, seis horas por dia. Depois, de forma itinerante, será levada para a Praça Siegfried Heuser (praça do skate), Praça da Bandeira, Bairro Senai e para a praça nas proximidades do Parque da Oktoberfest, sempre por três meses em cada local e no mesmo esquema, duas vezes por semana por algumas horas.
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