Mesmo com calor, consumo de água se manteve dentro da média em Santa Cruz

Com o forte calor dos últimos dias, em que a temperatura chegou à marca dos 40 graus e a sensação térmica subiu a 49 graus, o consumo de água em Santa Cruz do Sul se manteve dentro da média, de 30 milhões de litros. A situação é alterada nos finais de semana, quando a demanda é maior. O gasto avança para 40 milhões de litros ou mais, principalmente pela utilização de água na limpeza da casa, na lavagem de roupas e de automóveis.

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Segundo o gerente local da Corsan, Bruno Barbosa Barreto, em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, a companhia está preparada em relação ao aumento de consumo. Uma das ações é captar água diretamente do Rio Pardinho, para preservar o Lago Dourado. Outra iniciativa é a substituição de redes antigas e a instalação de válvulas redutoras de pressão, o que reduz o rompimento de canalizações e o consequente desperdício. A Corsan opera com uma capacidade máxima de 460 litros por segundo na Estação de Tratamento de Água (ETA). Durante a madrugada, o índice é reduzido, mas nunca fica abaixo de 400 litros por segundo.

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Barreto assegura que Santa Cruz do Sul estaria passando por um racionamento caso não existisse o Lago Dourado. Para Barreto, o Lago consegue suprir as necessidades do município. O mais importante, conforme ele, é reduzir o índice de perdas, inclusive com a busca ativa de vazamentos invisíveis. Já foram substituídos 15 mil hidrômetros no ano passado.

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“Estamos trabalhando forte para evitar que altos volumes de água sejam desperdiçados”, enfatiza. Segundo Barreto, o padrão de potabilidade da água está sempre de acordo com a portaria do Ministério da Saúde. Mesmo em períodos de proliferação de algas no Lago Dourado, problemas com a qualidade de água são bem pontuais.

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No auge da estiagem, em 2020, volume de água do reservatório apresentava nível crítico, com 51% da capacidade ao final de março | Foto: Alencar da Rosa/Banco de Imagens

Barreto ressalta que o Rio Pardinho segue abastecendo o Lago, mesmo com a redução no nível, na altura da barragem de captação. Contudo, não é possível captar água desde dezembro no ponto definido pela Corsan, exatamente para preservar o volume do Lago Dourado. “A água do Lago Dourado é retirada somente no verão. Como estamos captando somente de lá no momento, a capacidade está em 77,5%”, menciona.

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A altura está em 4,11 metros, mas o normal é de 4,88 metros no ponto de captação, onde ocorre a leitura. Apesar da elevação na taipa, o nível permaneceu o mesmo. O eventual volume excedente é uma margem de segurança. Conforme as informações fornecidas pela Corsan, o Lago Dourado perdeu 10% do volume nos últimos 30 dias. O índice de evaporação está muito alto, com o calor intenso.

Alguns bairros, como Linha Santa Cruz, Jardim Europa e Country, são abastecidos por cinco poços artesianos. Loteamentos do Bairro Aliança recebem água de dois poços. Há uma possibilidade de abertura de outros três poços a partir de fevereiro. Além da perfuração, a Corsan precisa analisar a qualidade da água para atestar a potabilidade.

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Outra questão levantada por Barreto é a necessidade de investimentos na rede elétrica. As quedas de energia paralisam as bombas nos recalques de captação, o que retarda a normalidade do abastecimento durante o acionamento dos motores. “É um fator que compromete o bombeamento e pode até queimar as bombas.”

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Seca em 2020

No fim de março de 2020, a capacidade do Lago Dourado estava em 51%, por causa de uma das estiagens mais severas. No período inicial da pandemia, o consumo havia aumentado pela maior presença das pessoas em casa. Em abril de 2020, no auge da seca, o nível do Lago chegou a 2,38 metros e a vazão do Rio Pardinho, a 30 litros por segundo – menos de um quarto do que seria necessário para abastecer a cidade. O Lago dispõe de capacidade suficiente para até seis meses de fornecimento, mesmo sem contribuição do Rio Pardinho. Bruno Barreto acredita que o período pode ser menor hoje, até pelo crescimento populacional do município. Inaugurado em 27 de setembro de 2000, o reservatório abriga 2,6 bilhões de litros de água.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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