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Mês de abril é marcado por calor atípico e temperaturas históricas em Santa Cruz

O calorão dos últimos dias tem deixado os santa-cruzenses preocupados. Em geral, o mês de abril costuma anteceder as marcas baixas do inverno com uma espécie de “prévia” do frio. Porém, em 2016, ele é marcado por temperaturas extremamente altas que, somadas à sensação de abafamento, causam preocupação nos moradores da região. Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta terça-feira, 19, o coordenador da Estação Meteorológica da Unisc, professor Marcelino Hoppe, comentou por que o mês tem sido atipicamente quente.

 Segundo o professor, a ação do fenômeno El Niño tem influência direta na alteração das mínimas e das máximas no Estado. “As temperaturas mínimas que, em média, seriam 14 graus nessa época, estão em torno dos 21,4 graus. As noites estão sendo extremamente quentes”, afirmou. Hoppe lembra que o recorde histórico para o mês em Santa Cruz ocorreu no ano de 1926, no dia 1º de abril, quando os termômetros marcaram 37,7 graus. Este ano, a marca mais alta foi registrada no fim de semana dos dias 16 e 17, quando 36,5 graus foram registrados no município. “Esse mês ainda não tivemos marcas abaixo dos 18 graus”, acrescentou.

Chuva

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Em relação à chuva, Marcelino comenta que em 2016, já choveu cerca de 800 milímetros em Santa Cruz. Um dos anos de maior precipitação, entretanto, foi 2015, que teve mais de mil milímetros acima da média histórica para a cidade. “Já março deste ano foi o mais chuvoso nos últimos 100 anos em Santa Cruz”, detalhou Hoppe.

O professor alertou que, a partir dos próximos meses, a situação das temperaturas e das chuvas deve voltar a se estabilizar, uma vez que o fenômeno El Niño deve amenizar com o tempo. “Poderemos ter um estágio neutro por alguns meses, a não ser que ocorra a ‘La Niña’, que traria uma redução das precipitações para o próximo verão”, explicou.

Agricultura

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O coordenador do escritório local da Emater-Ascar, Assilo Martins, afirmou, também em entrevista à Rádio Gazeta que o calor está favorecendo as culturas na região. Um exemplo são as lavouras de arroz que, em função das enchentes ocorridas no fim de 2015, tiveram que ser, em sua maioria, replantadas para não causar prejuízos. “Com isso, a temperatura mais alta do mês de abril tem favorecido para finalizar o ciclo da cultura”, comentou Martins.

Os produtores mais prejudicados pelo clima, de acordo com Assilo, seriam os responsáveis pelas hortaliças. “Quando tem temperaturas acima dos 35 graus, todas as atividades metabólicas das plantas cessam, o que prejudica o desenvolvimento e a produtividade delas”, detalhou. As tecnologias de irrigação, neste caso, surgem como aliadas para tentar amenizar os prejuízos que o calor pode causar a este tipo de cultura. 

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