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Mercado ilegal de tabaco provoca forte evasão de divisas

Mercado ilegal provoca forte evasão de divisas

Área de credenciamento junto ao Centro de Convenções da Cidade do Panamá, ambiente no qual nesta semana acontece a 3a MOP

Depois de quase duas semanas de debates, chega ao fim nesta quinta-feira, 15, na Cidade do Panamá, a movimentação associada à Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, tratado assinado por 183 países no âmbito da Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde segunda-feira, delegações de algumas dessas nações participam da 3ª Reunião das Partes (MOP-3) do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco. Elas avaliam meios de frear o mercado ilegal de cigarros ou de outros dispositivos para fumar, caso do cigarro eletrônico. Este tem seu comércio proibido no Brasil, mas circula na clandestinidade.

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Uma vez que, a exemplo da 10ª Conferência das Partes (COP-10) da Convenção-Quadro, realizada na semana passada, a imprensa da região produtora de tabaco não obteve credenciamento para a MOP-3, poucas informações efetivas circulam sobre o avanço das tratativas relacionadas com o comércio ilegal.

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Nesta quinta, deve ser divulgado o documento final dessa reunião. Assim, será possível saber se haverá algum acordo que sinalize para medida prática a fim de inibir a circulação de produtos ilícitos do segmento de tabaco.

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Prejuízos

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Na 10ª Conferência das Partes (COP-10) da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, o pronunciamento oficial do embaixador brasileiro no Panamá, Carlos Henrique Moojen de Abreu e Silva, defendeu pontualmente o incremento nos impostos como via para inibir o consumo de cigarros. Essa posição afronta de forma direta o que sugerem autoridades e lideranças associadas à cadeia produtiva e industrial do tabaco. Segundo estas, o aumento nos tributos, que provoca elevação no preço do cigarro formal, apenas faz o consumidor migrar para o mercado ilícito, representado por produto contrabandeado ou oriundo de fábricas clandestinas instaladas no País, e comercializado a preços menores.

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A Convenção-Quadro, em âmbito global, e a Comissão Nacional para Implementação dessa instância no país (Conicq) argumentam que propõem medidas para inibir o consumo, e que a tributação é uma dessas estratégias. Já o comércio ilegal passaria a ser assunto das áreas de segurança e da Receita Federal, da Polícia Civil e da fiscalização de fronteiras. No entanto, em um país de dimensões continentais, com fronteira seca de cerca de 15 mil quilômetros, e que tem como vizinho o Paraguai, fonte de boa parte do cigarro contrabandeado, o controle sobre essa entrada ilegal ou clandestina é quase nulo. É esse contexto que motiva os debates na 3ª Reunião das Partes (MOP-3) do Protocolo para Eliminar o Mercado Ilícito de Produtos de Tabaco, que vai se encerrar nesta quinta na Cidade do Panamá.

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Dados do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) sinalizam que em 2022 o Brasil sofreu prejuízo de arrecadação fiscal de R$ 8,3 bilhões devido ao contrabando de cigarros. Em 11 anos analisados, a evasão passou de R$ 94 bilhões. Com impacto negativo direto sobre a geração de empregos e a sustentabilidade da indústria formal estabelecida no País.

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Marcus Vinícius cogita convocar novas audiências públicas

O impedimento para que deputados estaduais e federais e outras lideranças do setor produtivo e industrial do tabaco tivessem acesso ao ambiente da 10ª Conferência das Partes (COP-10) segue gerando repercussão. O deputado estadual Marcus Vinícius de Almeida (Progressistas), que foi proponente e relator da Subcomissão em Defesa do Setor Produtivo do Tabaco e Acompanhamento da COP-10 na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, classifica como antidemocrático o que aconteceu no Panamá. Ele integrou a comitiva que foi barrada na tentativa de acesso ao evento.

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“Dependendo, podemos sim chamá-la para explicações. Por que o Brasil defendeu tal proposta, mesmo sem o apoio do Ministério A ou B? Temos que entender. Por que um discurso nas reuniões com deputados e outro nas votações durante a COP? Se for necessário, faremos isso. Em nome da transparência e da lisura”, enfatiza o deputado.

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Em um balanço preliminar, Marcus Vinícius cita divergências entre o discurso da delegação brasileira nas reuniões diárias com deputados e a forma como o país se posicionou nas discussões no evento. Um dos pontos que cita é sobre o descarte dos filtros de cigarros, popularmente conhecidos como bitucas.

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“Sobre o filtro, falaram que este entrou no debate pelo fato de constituir um problema ambiental no pós-consumo, por acarretar poluição. Mas isso traria novos entraves e dispêndios econômicos ao setor e afetaria o comércio e, consequentemente, a produção. E, na prática, foi justamente o Brasil que lançou essa discussão”, salienta o deputado Marcus Vinícius.

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