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Mercado editorial fecha 2019 com faturamento de R$ 5,6 bilhões

Passado o susto da entrada das duas principais redes de livrarias brasileiras em recuperação judicial, o mercado editorial teve um ano melhor em 2019 – muito melhor do que vinha tendo desde 2014, quando passou a registrar desempenho negativo. A Pesquisa Produção e Venda do Setor Editorial, revelada nesta segunda-feira, 8, mostra um crescimento real de 6,1% no faturamento das editoras, que fecharam o ano em R$ 5,67 bilhões.

Realizada pela primeira vez pela Nielsen Book para a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), a pesquisa, feita até então pela Fipe, mostrou ainda que, sem poder contar tanto com Cultura e Saraiva, o mercado precisou procurar canais alternativos para vender os livros.

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A participação das livrarias exclusivamente digitais na venda das editoras saltou de 3,4% em 2018 para 12,7% em 2019. A venda nas escolas, algo que sempre gerou controvérsia entre livreiros porque os tira do jogo num dos principais momentos do ano, cresceu de 1,8% para 5,9%. A venda na internet e em market place aumentou de 0,74% para 5,2%.

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“Vemos uma recuperação do mercado, mas ela não é significativa. Não é possível dizer, por exemplo, que voltamos a 2006, mas sim que chegamos mais próximos da crise econômica. O mercado está tentando se recuperar. 2019 foi um ano bastante positivo e vai dar fôlego para as editoras passarem por este 2020 de pandemia”, afirma a economista Mariana Bueno, responsável pela pesquisa que ouviu 167 editoras.

Enquanto isso, a venda em livrarias físicas, que já tinha despencado em 2018, fechou o ano passado respondendo por 41,6% do faturamento das editoras (era 50,5% em 2018). Ainda assim, este é o principal canal de venda – seguido pelas distribuidoras, cuja participação também encolheu de 29,5% para 22,9%.

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O ano ainda foi de cautela nos lançamentos em primeira edição, com uma queda de 6,6% na produção de novos livros, somando 13.671 novos ISBNs. O número de reedições e de exemplares impressos, no entanto, puxou o resultado para cima.

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O mercado editorial produziu 395 milhões de exemplares em 2019, um aumento de 13% em relação ao ano anterior, e editou 50.331 títulos, entre primeira edição e reimpressão, 7,5% a mais. Houve menos traduções em 2019, uma queda de 32,4% em número de títulos produzidos (3.823), e mais obras de autores brasileiros, um aumento de 10,16% (9.929).

No que diz respeito à venda, foram comercializados 434 milhões de exemplares de livros no Brasil. Desses, 209 milhões foram para vendas ao mercado e 224 milhões para o governo – essas compras são sazonais, mas oscilaram nos últimos anos.

O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) Literário, por exemplo, comprou 53 milhões de exemplares e rendeu às editoras R$ 280 milhões, sendo responsável por 4,9% do total da receita do setor. Com isso, a participação dos livros infantis e juvenis ganhou destaque.

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Dividindo o faturamento de R$ 5,67 bilhões, temos R$ 3,9 bilhões provenientes da venda para o mercado e R$ 1,6 bilhão para o governo (embora o número de exemplares seja semelhante, os livros saem mais baratos nas compras governamentais).

Em termos gerais e reais, houve um crescimento de 3,3% nas vendas para o mercado e de 6,1% quando somamos também o que foi vendido para o governo.

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Foi um bom ano para o subsetor de obras gerais. O crescimento real foi de 14,8% em vendas para o mercado e de 27,5% para o mercado e o governo. O subsetor de didáticos segue estável, registrando queda real de 0,4% nas vendas para o mercado e de 0,1% geral. E o CTP (Científico, Técnico e Profissional), em queda desde 2015, perdeu 8,2% em vendas para o mercado. O subsetor de livros religiosos continua bem, com crescimento real de 6,1%.

O preço médio do livro aumentou 4,18%, de R$18,19 para R$18,95, o que ajudou no bom desempenho do setor. Vale lembrar que não se trata de um índice de preço, mas de média feita pelas editoras, levando-se em conta o faturamento e o número de exemplares vendidos.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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