Os impactos da pandemia de Covid-19 puderam ser sentidos em variados setores da economia. No Rio Grande do Sul, o mercado de seguros de veículos apresentou crescimento de até 203% de janeiro a maio deste ano, se comparado com o mesmo período de 2021.
Em Santa Cruz do Sul, a elevação chegou a 164%. De acordo com dados registrados pela Mapfre – uma das maiores companhias de prestação de serviços nos mercados segurador e financeiro do mundo – a alta expressiva em seguros para automóveis em Passo Fundo chegou a 203%. Foi de 117% em Porto Alegre, 92% em Novo Hamburgo, 83% em Caxias do Sul e 48% em Bento Gonçalves.
Com a retomada da circulação dos automóveis nas ruas, os consumidores passaram a investir mais na proteção de seus carros. Por outro lado, o valor dos veículos na tabela Fipe aumentou em média 30% no Brasil, o que por si só eleva o preço do seguro.
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De acordo com Rogério Ferreira dos Passos, da Protevale Corretora de Seguros, todos os modelos e marcas tiveram reajustes, mas os que mais registraram aumento foram das linhas Fiat Mobi, Toyota Hilux, Chevrolet Onix e Tracker, Hyundai HB20 e Creta. “Nos últimos anos, devido a vários problemas mundiais, tivemos falta de peças para fabricação dos veículos novos. E com a falta desses veículos, o preço começou a aumentar. E os usados e seminovos tiveram aumento na demanda, que também acabou aumentando o valor.”
Passos completa que, de fato, o principal motivo para o reajuste dos seguros de veículos foi o aumento na Fipe. No entanto, também houve um aumento significativo na sinistralidade, isto é, acidentes que acabam usando o seguro. “O momento econômico do nosso país, com a volta da inflação, também ajudou”, acrescenta.
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Para o empresário, mesmo com valor um pouco mais elevado, é melhor manter a apólice do seguro no mesmo padrão, já que imprevistos podem acontecer. “É essencial ter um plano adequado, com coberturas amplas que atendam às suas necessidades. Até devido ao aumento da tabela Fipe, é bom ter um cuidado especial para aumentar a cobertura de Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos (RCF), ou seja, para terceiros.”
Em situações mais difíceis, em que os segurados não tenham condições de manter essa apólice, Passos explica que as seguradoras têm opções de planos só para terceiros ou coberturas mais básicas que podem reduzir o valor do seguro.
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O empresário ainda alerta que o consumidor deve ter cuidado com preços de seguros muito abaixo do mercado. “Aparecem os aproveitadores, associações e cooperativas que não têm garantia de nenhuma seguradora e nem do conserto, que pode ser feito com peças paralelas ou até usadas.”
Um dos motivos da alteração nos valores é a pandemia, que resultou no isolamento social e na paralisação da atividade produtiva. Eduardo Bitencourt, da Bitencourt Corretora de Seguros, observa que o mercado sofreu muito também com a importação de peças e componentes, muitos deles vindos da China.
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Além disso, a questão da inflação como um todo forçou os preços a subirem. “E o cliente, quando confrontado com o aumento no valor do carro zero, volta-se ao carro usado. Como existe maior demanda, também aumenta o preço. A Fipe, que faz esse acompanhamento da valorização dos veículos e serve como balizador para o cálculo do seguro, tem aumentado e isso também aumenta o preço do seguro de forma geral”, complementa.
O cliente, para tentar contornar essa situação, deve revisar coberturas, valores e pesquisar as melhores condições. “Acreditamos ainda que esse aumento permaneça em determinado período, e isso tende a afetar o segurado quando da sua renovação. Notamos também que as indenizações do mercado pressionaram muito o seguro. Com a diminuição da circulação de veículos, a consequência são menos furtos e acidentes. Mas agora, com a retomada, nota-se esse aumento das indenizações, isso tudo num curto período de tempo”, diz Bitencourt.
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