O mercado nacional da comercialização de novos imóveis está aquecido. O relatório da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aponta que, em 2021, houve crescimento de 12,8%, no comparativo com 2020, com desaceleração das negociações nos últimos três meses do ano. Em Santa Cruz do Sul, não há dado oficial sobre essa movimentação, mas empresas do setor contatadas pela Gazeta do Sul confirmam números semelhantes e boa expectativa para 2022.
A Verena Imóveis, por exemplo, contabiliza incremento de 12% nas vendas. De acordo com a proprietária, Sabine Scholz Schmitt, a procura não teve um perfil estabelecido, variando de acordo com a necessidade dos clientes. “Tivemos procura maior para quem tinha interesse em adquirir espaço para morar, tanto em unidades novas como nas usadas”, diz. Acrescenta que a maior parte dos imóveis negociados estava com valores abaixo dos R$ 500 mil.
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Além da busca por moradia, Sabine ressalta a continuidade dos negócios com pessoas que adquirem casas ou apartamentos como forma de investimento. No último ano, representou cerca de 20% dos imóveis negociados na Verena. “Isso reflete a série de variáveis do setor. Quando as taxas de juros aumentam, dificulta o financiamento, ao mesmo tempo em que, se os juros das aplicações estão baixos, pode ajudar no nosso setor”, explica.
Um dificultador, em relação ao desempenho da economia, poderia ser o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que baliza valores para o mercado. Fechou 2021 em 14,03%. Sabine acredita que não tenha tido influência relevante nos negócios, ao contrário do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), referência para os aluguéis. Registrou 17,78% em 2020, mas teve mês em que superou os 30% de acumulado. Este indicador tem motivado muita negociação entre inquilinos e locatários, intermediadas pelas imobiliárias.
Expectativa no setor é de crescimento também em 2022
Tanto Vanessa Simões do Nascimento, da Flanel, quanto Sabine Scholz Schmitt, da Verena, acreditam em um 2022 com bons índices de crescimento. Partem dos indicadores apresentados nos primeiros dias do ano. A Flanel tem contabilizado elevação na procura desde dezembro, com um janeiro muito positivo. O mesmo foi percebido na Verena, que teve 18% de acréscimo nas vendas, no comparativo com igual período de 2021.
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A dúvida que ainda existe sobre o possível desempenho do mercado está relacionada aos mecanismos utilizados para controle da inflação e o período eleitoral, que gera instabilidade na economia. A primeira variável pode representar aumento nas taxas de juros, o que dificulta financiamento com as instituições financeiras. A outra é a grande incógnita, mas que não assusta as profissionais do setor imobiliário de Santa Cruz. Elas acreditam na repetição dos números positivos.
Na Secretaria de Planejamento e Orçamento santa-cruzense, os dados indicam o aproveitamento do que pode ser uma oferta reprimida no último ano. O relatório aponta que o período entre 1º de janeiro e 24 de fevereiro de 2022 foi o de menor emissão de protocolos relacionados à construção no município, no triênio 2020/2022. Entre as aprovações de licença, por exemplo, a maior quantidade foi em 2021, com 98, tendo 90 solicitações em 2020 e 85 no ano atual.
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Alternativas mais em conta têm vantagem
Os dados divulgados pela CBIC mostram a ampliação de 3,4% na negociação de imóveis, em 2021, dentro dos padrões do programa habitacional Casa Verde e Amarela (CVA), do governo federal. A tendência é ampliar ainda mais, pois o mercado deve ser afetado positivamente pela nova onda de subsídios, que entrará em vigor nos próximos meses. A expectativa da CBIC é que essa ampliação nos benefícios faça com que os indicadores de 2022 fiquem próximos ou superem os de 2021. “Uma nova compensação do Casa Verde e Amarela está prevista para março, e é positiva. Com essa melhora da nova curva de subsídios do FGTS, a expectativa é ter um ano de estabilidade, com crescimento no programa habitacional e um pouco de redução em outros nichos de mercado”, ressaltou o presidente da CBIC, José Carlos Martins.
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Em Santa Cruz do Sul, essa modalidade também costuma ter grande procura. Um exemplo é a Flanel Imóveis, que tem tradição na construção de unidades que se enquadram nas regras do programa. “Os apartamentos e as casas que tiveram destaque são os com valores menores, em especial, utilizando os mecanismos como o CVA”, conta a gerente imobiliária da empresa, Vanessa Simões do Nascimento. Ela entende que a Flanel possa ser um caso específico, porque é reconhecida por esse modelo de construção. Deve implantar em 2022 uma mudança de perfil, com interesse em ampliar a participação no mercado de imóveis de alto padrão.
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Outro diferencial percebido na Flanel é a aquisição, por investidores, de unidades na planta, que representam menor valor inicial e rentabilidade mais expressiva. “Compram por R$ 150 mil na planta e, quando são entregues as chaves, o mesmo imóvel pode estar a R$ 250 mil”, exemplifica. Situação semelhante é percebida na busca por terrenos em condomínio fechado, que acabam apresentando elevação rápida.
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