O aumento do número de casos de doenças sexualmente transmissíveis tem preocupado médicos por uma razão que pode ser explicada através de mudanças no comportamento. Diante de um temor menor da AIDS, a população, principalmente o público jovem, está tendo um maior número de relações desprotegidas, o que tem feito aumentar o número de casos de outras doenças.
“A sífilis ressurgiu no mundo inteiro e no Brasil, em especial. O que espanta é que ela é facilmente tratável. Tem uma mesma medicação há quase 70 anos e que continua eficaz. A atividade sexual desprotegida voltou a acontecer pela perda do medo da AIDS” alerta o secretário geral da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS, André Costa Beber.
Dados do Boletim Epidemiológico da Sífilis 2018 mostram que a taxa de detecção da sífilis adquirida aumentou de 44,1 para cada grupo de 100 mil habitantes, em 2016, para 58,1/100 mil em 2017. No mesmo período, a sífilis em gestantes cresceu de 10,8 casos por mil nascidos vivos para 17,2. Já a sífilis congênita, passou de 21.183 casos em 2016 para 24.666 em 2017. O número de óbitos por sífilis congênita foi de 206 casos em 2017, enquanto em 2016, haviam sido 195.
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O HPV (Papiloma vírus humano) tem dados preocupantes. Em estudo recente realizado com um perfil de mulheres de 15 a 25 anos, mostrou uma prevalência de HPV de 54,6%, ou seja, mais da metade das mulheres, considerando este público selecionado.
Mesmo que não exista uma estatística oficial, os casos de herpes genital também são motivo de alerta. “O tratamento resolve uma crise, mas não cura a doença. Por ser uma infecção que fica latente no indivíduo infectado, recidivando esporadicamente, a transmissão pode ocorrer durante toda a vida da pessoa e isso faz com que a prevalência seja muito alta”, completa André.
O médico explica, ainda, que um grande problema do herpes genital é que ele aumenta muito a chance de se contrair HIV, pois é uma úlcera genital, ou seja uma ferida. Isso facilita que se transmita ou se contraia outras infecções, e, destas, a que mais preocupa é a AIDS. Outra situação grave é quando a lesão herpética está no canal de parto e há risco de transmitir a infecção para o bebê, durante o nascimento. Esse risco é maior quando a mulher adquire o herpes na gestação.
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Por fim, uma lembrança bastante simples, mas que não é observada por uma grande camada da população, especialmente a mais jovem. Essas doenças sexualmente transmissíveis são transmitidas por contato. Assim, o uso de preservativo é importante em todas as etapas da relação e não necessariamente precisa haver a penetração para que aconteça o contágio.
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