Nas colunas anteriores, relatamos os dois primeiros contos do bilhete em Santa Cruz, em 1949. Na primeira iniciativa, em junho, os golpistas se deram bem. Mas na outra, em setembro, foram pegos pela polícia. Um deles, que tentava enganar o comerciante Armando Heinze, engoliu o bilhete para esconder a prova do crime.
A prisão foi uma cena de cinema. Alertado para a ocorrência do golpe, o delegado João Henrique Mariante montou uma “força-tarefa” para prender a dupla. Além dele, participaram os inspetores Luiz Azambuja Costa (encarregado da Secção de Atentados à Propriedade, Vigilância e Capturas), Angelo Bastos e Arlindo Ramos; Leopoldo Kappaun (auxiliar da subdelegacia de Polícia de Sinimbu) e Mathias Guedes (chefe da Guarda Noturna Particular).
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Segundo relata a Gazeta de 9 de setembro, quando os dois vigaristas foram presos na Praça da Bandeira, disseram chamar-se José Carlos Gomes e João Pinto da Fonseca. Os policiais, no entanto, descobriram que Gomes, na verdade, era José Espinosa da Silva, vulgo “Festa no Céu”. Ele e o comparsa eram golpistas conhecidos em Porto Alegre. Espinosa, recentemente, havia sido preso em Bagé.
A pedido do delegado Mariante, os malandros foram recolhidos à Cadeia Municipal de Santa Cruz. O inspetor Azambuja alertou que as pessoas deveriam ficar atentas, pois ninguém iria vender um bilhete de Cr$ 150 mil por Cr$ 20 mil. “Quem tem o dinheiro pensa que vai lograr um trouxa. Mas trouxa é ele mesmo”, afirmou.
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Em 13 de dezembro de 1949, a Gazeta informou que os vigaristas que aplicaram o conto do bilhete foram condenados pelo juiz da comarca, José Faria Rosa da Silva, a dois anos de cadeia. A notícia não esclarece se a pena foi cumprida no presídio de Santa Cruz.
Pesquisa: Arquivo da Gazeta do Sul
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