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Memória: relíquia centenária

A Comunidade Evangélica Alemã (hoje Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil), fundada em 2 de janeiro de 1862, deu um grande presente a Santa Cruz em 1888, ao importar o primeiro órgão de tubos da região. Ele é usado até hoje e encanta a todos que visitam o templo da IECLB na Rua Venâncio Aires esquina com a Sete de Setembro.

Em 9 de janeiro de 1887, o pastor Frederico Hildebrand propôs a aquisição de um órgão de tubos, da empresa Ibach, da cidade de Barmen, na Alemanha. Como o câmbio estava favorável, os senhores Heinrich Heinze e Gustavo Iserhard fizeram um empréstimo para a comunidade e, já em  abril, a compra foi sacramentada.

Entre agosto e setembro de 1888, o órgão foi instalado na antiga igreja, que ficava na Borges de Medeiros esquina com a Tenente Coronel Brito (hoje Flâmula Sports Bar). Os primeiros organistas foram Paul Krause, Roberto Jaeger, Wilhelm Keber e o pastor Hildebrand. Em 1924, ele foi transferido para a nova igreja, na Rua Venâncio Aires esquina com a Sete de Setembro.

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Em 1981, um técnico uruguaio, indicado pela fabricante, ficou dez dias em Santa Cruz restaurando o equipamento. Mas o restauro mais profundo ocorreu em 2000 e durou um mês. Os 21 tubos – o menor do tamanho de uma caneta e o maior com 1,60 metro – foram retirados, limpos e afinados. O couro de cavalo do fole foi trocado e ele recebeu um motor elétrico. As válvulas que levam o ar aos tubos, assim como os dutos de ar comprimido foram limpos e revestidos com couro. Após, tudo foi remontado.

Com 136 anos, o órgão, que fica no mezanino do templo, é uma relíquia de valor incalculável, pois peças artesanais dessa grandeza não são mais produzidas. “Quem tem um, tem. Quem não tem, não mais terá”, resume o pastor Lindomar Raach. A organista oficial da IECLB/Centro é a senhora Iris Rutsatz, que está há mais de meio século na função. 

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Pesquisa: livro “Templo Memorial”/Felipe Altermann

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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Carina Weber

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