A notícia da proclamação da República do Brasil e do fim da monarquia, em 15 de novembro de 1889 (feriado da próxima sexta-feira), chegou à Vila de Santa Cruz no dia seguinte, por telegrama. O novo regime trouxe mudanças políticas e administrativas à comunidade.
O presidente da Câmara, tenente coronel Joaquim José de Brito, quando recebeu a notícia, a repassou aos demais integrantes do conselho municipal e ao líder do Partido Republicano, capitão João Pereira da Cunha. Mesmo contando com apenas sete integrantes, seus membros logo arregimentaram outros simpatizantes e organizaram uma manifestação em frente ao atual Palacinho.
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Em artigo na Gazeta, em 1945, Ary G. do Prado contou que o cidadão Eugênio Muench, usando uma escada, subiu até a fachada do prédio e, com uma marreta, destruiu o Escudo das Armas do Império que ficava no alto da cimalha. Dias depois, mesmo que ainda não houvesse nada oficial sobre os símbolos da República, outro escudo foi pintado com tinta à óleo.
Mudanças mais significativas começaram a ocorrer em janeiro de 1890, quando foi dissolvida a Câmara e nomeados José Joaquim de Brito, João Pereira da Cunha e Adão Jost para comporem a Junta Provisória de Administração do Município. Estes passaram a ser tratados como intendentes, mesmo que, legalmente, o cargo só tenha sido criado em 1891. A partir daí, os republicanos promoveram uma série de alterações em cargos públicos, inclusive transferindo professores. O grupo, que até novembro do ano anterior possuía pouca representatividade, tornou-se todo poderoso.
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Logradouros públicos, que tinham identificação com a monarquia, mudaram de nome. A atual Marechal Floriano, que na época era Gaspar Silveira Martins (líder monarquista), passou a chamar-se Rua da República. A Praça do Carvalho (também referência monarquista) mudou para Praça Marechal Floriano. Insatisfeito com algumas alterações, Joaquim José de Brito deixou a Junta Provisória de Administração.
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