O ambiente da comunicação é marcado por companheirismo, que se estabelece em paralelo à enorme responsabilidade e ao comprometimento que a área requer. Afinal, a imprensa (jornal, rádio, portais de conteúdo digital, televisão) lida com a exposição de vidas, pessoas, marcas, empresas, instituições. No entanto, mesmo quem se dedica a outra atividade ou ocupação, explorando habilidades nos mais variados setores, quando tem contato com a rotina de um veículo de comunicação, não raro se deslumbra, e decide que quer viver mais deste universo.
É assim em cada plataforma. Nesta semana, uma vez mais lembrei da magia que envolve essa profissão, ou que cerca um ambiente de trabalho, e dos sempre imponderáveis vínculos que ligam pessoas, trajetórias. Na quarta-feira, conversei com um colega de casa, o comunicador Neudi Devitte, cujo nome de batismo é, de pronto, uma marca registrada. Nome que soa como um mantra, carregado de uma aura que, como sintetizou a colega Aline Silva, parece já dizer tudo (e de muito bom!) sobre a pessoa.
Estávamos na Redação Integrada, e o olhar de Neudi brilhava de expectativa como se no dia seguinte viesse ter seu primeiro dia em rádio (no entanto, em poucos meses ele completa 40 anos na Gazeta!). Do bate-papo resultou texto publicado na edição de quinta-feira, em seção dedicada aos colegas de rádio das três emissoras da casa (em Santa Cruz). Lembramos, juntos, de uma circunstância: no início de 1988, recém-chegado (de Agudo) a Santa Cruz para iniciar estudos acadêmicos, e com 18 anos, eu estava hospedado na Pensão Wojahn, na Rua Ernesto Alves. À noite, caminhava até um orelhão ali próximo, munido de ficha, a fim de ligar para a Rádio Gazeta, e, no Disk-Toka, à noite, pedir alguma música. Quem comandava o programa era ninguém menos do que… Neudi Devitte.
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Quis o acaso que poucas semanas depois eu próprio, ainda um adolescente, fosse incorporado à Redação da Gazeta do Sul, num gesto de acolhimento do então editor-chefe Romeu Inacio Neumann. E me vi atuando a poucos metros do estúdio no qual Neudi conduzia com sua energia o programa. Junto com Neudi, dezenas, centenas de colegas, entre as chegadas e as partidas, marcaram a minha própria história. Muitos seguem conosco, a cada dia, o dia todo, informando leitores, ouvintes, internautas.
A exemplo de Neudi, muitos já chegaram aos 40 anos de casa: Benno Bernardo Kist, José Augusto Borowski, Lula Helfer, Luiz Henrique Kühn, João Fernando Vighi, entre outros. Entre os tarimbados e a turma jovem, as lições, os exemplos. Foi assim para mim próprio, que um dia pude encontrar em Neudi e outros colegas a inspiração para que, juntos, em equipe, firmássemos a marca da Gazeta junto à comunidade. E assim haveremos de seguir fazendo. Por isso, é tão gratificante ver Neudi sempre com tanta energia. Um ótimo final de semana de véspera do Dia da Independência!
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