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josé augusto borowsky

Memória: livro conta a história de adolescente malandro que mudou ao entrar no Colégio Mauá

Capa do livreto traz um retrato das antigas instalações do Colégio Mauá, na Rua Borges de Medeiros entre a Floriano e a Deodoro

O leitor Helio Bischoff, dono de vasto acervo de livros, revistas, fotos e documentos antigos, nos encaminhou um livreto da década de 1920, editado e ilustrado pelo médico alemão Heinz von Ortenberg. Intitulado Santacruzer Bilderbuch/Eine Schulgeschichte (Livro de Retratos de Santa Cruz/História de uma Escola), ele fala sobre a qualidade da educação oferecida pelo Evangelische Realschule, hoje Colégio Mauá, e das maravilhas da nossa cidade.

Com um texto simples e ilustrações feitas à mão, a publicação era distribuída nas comunidades de colonização alemã e circulou até na Alemanha. Na capa, está retratada a quadra da Rua Borges de Medeiros, entre a Floriano e a Marechal Deodoro, onde funcionava o antigo Mauá e seu internato. Nas  páginas centrais, há um desenho de Santa Cruz, com casas, árvores e a Igreja Evangélica. A impressão ocorreu na Lithographia Braunger, que existia na cidade.

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O livrinho conta a história do adolescente Hans, preguiçoso, desleixado, desobediente e que não gostava de estudar. Atendendo ao apelo da mãe, que já não sabia o que fazer com o rapaz, um tio trouxe o jovem para o internato do Colégio Mauá.

Em poucas semanas, ele mudou completamente. Levantava cedo, participava das aulas de ginástica, estudava e até entrou para o grupo dos escoteiros. Na época, muitas famílias acreditavam que os internatos poderiam colocar na “linha” os jovens rebeldes.

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Após um tempo, ele escreveu uma carta para a mãe contando que não era mais um malandro e que estava sempre limpo e penteado. Também elogiou a comida servida no internato, os doces, as atrações das quermesses da escola, os professores e os amigos que fez. Explicou que Santa Cruz é uma cidade linda e convidou a mãe para visitá-lo e matricular seus irmãos no Mauá.

Von Ortenberg foi médico particular do último imperador alemão e adotou Santa Cruz como sua cidade. Em duas ocasiões, passou alguns anos na Alemanha, mas acabou voltando para cá. Ele faleceu em 1959, com 80 anos.

Colaboração: Nestor Raschen e Fernando Hennig

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