Semana passada, lembramos dos verdureiros que, no passado, percorriam as ruas de Santa Cruz vendendo diretamente aos consumidores aquilo que produziam em suas propriedades. Leitores comentaram o assunto, recordando detalhes daquele tempo e, inclusive, lembrando o nome do seu fornecedor. Isso nos levou a dar sequência ao tema.
As famílias tinham confiança no seu verdureiro. O leite que vinha da colônia era fervido e todos na casa tomavam, inclusive as crianças. A nata era comida no pão, junto com a schimier que vinha da colônia. Se o produto talhava na hora da fervura, virava ambrosia. Na próxima visita, o cliente recebia um litro de graça. Haviam famílias que encomendavam galinha carneada. Se vinha uma ave velha, que precisava ficar horas na panela, a dona da casa reclamava e ganhava um desconto nas compras.
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Com as mudanças nos hábitos de consumo, com as pessoas priorizando comprar tudo nos supermercados, a circulação dos ambulantes reduziu. Em meados dos anos 1970, algumas donas de casa iniciaram movimento para a criação de uma feira livre, onde os agricultores pudessem vender diretamente aos consumidores. Além de reduzir os preços, a medida geraria renda no interior e garantiria alimentos mais saudáveis na mesa.
A vereadora Sônia Kessler Kist abraçou a ideia e conseguiu a aprovação de lei criando a Feira Rural. Com o apoio da Emater, depois de muita luta, a inauguração foi em 23 de setembro de 1980, com 28 produtores. As primeiras edições ocorreram na frente do Parque da Oktoberfest. No primeiro dia, foram vendidos, entre outros, 1.420 pés de alface; 685 quilos de repolho; 205 quilos de couve-flor e 475 quilos de aipim. Ainda 225 dúzias de ovos e 12 galinhas.
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Poucos dias depois, a feira foi transferida para a Rua Ernesto Alves, em frente da antiga Estação Férrea. Ali ela ficou por quatro anos, quando ganhou sua sede definitiva, na Rua Fernando Abott.
Pesquisa: Gazeta do Sul
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