O antigo conto do bilhete, que ainda faz vítimas na região, foi aplicado em Santa Cruz pela primeira vez em 1949. A partir de 1930/40, a venda dos bilhetes da Loteria Federal passou a ocorrer também em cidades do interior, não ficando mais restrita à capital, onde os golpes eram comuns.
Com a medida, os vigaristas começaram a agir aqui. Em 3 de junho de 1949, a Gazeta noticiou que o agricultor João Immig, de Faxinal de Dentro, caminhava pelo Centro quando foi abordado por um homem moreno, bem trajado, que disse ser alfaiate e que nada conhecia em Santa Cruz. Durante o bate-papo, Immig contou que morava na colônia e que viera à cidade realizar compras.
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O desconhecido então contou que possuía um bilhete premiado, mas não sabia onde trocá-lo. Aí aproximou-se outro homem (o segundo golpista) que entrou na conversa. Disse que trabalhava na Prefeitura e se prontificou a ir na lotérica conferir o número. O “alfaiate” e o agricultor ficaram aguardando em um banco da Praça da Bandeira. O homem voltou e confirmou que o bilhete estava premiado com 100 mil Cruzeiros (hoje, cerca de R$ 200 mil).
A lotérica, no entanto, só poderia pagar no dia seguinte, pois não tinha o valor em caixa. O alfaiate lamentou, pois precisava do dinheiro para viajar e não poderia esperar. Propôs então que o agricultor e o outro comprassem o bilhete, por um valor bem abaixo do prêmio. A proposta foi aceita, mas o suposto funcionário da Prefeitura explicou que só conseguiria o dinheiro à tarde. O proprietário concordou em esperar, mas advertiu que, se demorasse, o bilhete seria de Immig.
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Para mostrar que era uma pessoa de palavra, pediu que o agricultor guardasse o bilhete na sua sacola, até de tarde, quando voltariam a se encontrar na praça. Com muita conversa na hora de guardar o bilhete, a dupla desviou a atenção de Immig e tirou o dinheiro que tinha na bolsa.
Enquanto esperava pelos dois, Immig foi fazer compras e, ao abrir a sacola, descobriu que seu dinheiro (Cr$ 4,2 mil) tinha sumido. Dentro do envelope onde deveria estar o bilhete, havia só uma folha de jornal e um lenço. Ele procurou a polícia, mas já era tarde.
A história continua na próxima semana…
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