A Segunda Guerra trouxe graves dificuldades para a Europa e motivou a migração de famílias para outras partes do mundo. Incentivados por padres católicos, centenas de belgas vieram para o Brasil. Muitos ficaram no Rio Grande do Sul, inclusive na região serrana de Santa Cruz.
Há poucos registros sobre a chamada Colônia Belga de Linha Pinhal, no então distrito de Gramado Xavier. Mas ao menos uma família, a de Petrus Josef Goolenaers, lá se fixou. Na terra natal, ele trabalhava como maquinista e a esposa, Josephina, como cobradora de trem.
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Junto com o filho Ludovicos, de 18 anos, chegaram em 1948. Ela estava grávida e, até o nascimento do segundo filho, Leopoldo, foi costureira no Hospital Sinimbu. Em Pinhal, existia uma grande fazenda de reflorestamento de eucaliptos e é possível que houvesse um projeto de colonizar a região com imigrantes. Em janeiro de 1949, na Gazeta, aparecem outros nomes de famílias belgas que teriam interesse em lá se estabelecer. Seguidamente, os Goolenaers recebiam a visita de conterrâneos, quando falavam no idioma flamengo.
Em 18 de setembro de 1949, foi inaugurada a capela da Colônia Belga, com convidados estrangeiros e brasileiros. A igrejinha de madeira foi erguida em um dos pontos mais altos da fazenda, com vista para toda a região. Houve discursos, hasteamento das bandeiras do Brasil e da Bélgica e almoço com pratos da culinária flamenga.

Após sete anos, os Goolenaers mudaram-se para Santa Cruz e adquiriram moradia no atual Bairro Arroio Grande. Petrus auxiliava na fiambreria Weindel e plantava flores, verduras e legumes, que vendia para os vizinhos. Ele faleceu em 1987 e a esposa em 1982.
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Dos descendentes de Petrus e Josephina, ainda residem na cidade o filho Leopoldo e a esposa Cleoni, a viúva de Ludovicos, netos e bisnetos. O patriarca falava sete idiomas e gostava de ler, inclusive enciclopédias que trouxe do seu país.
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